Pr. Calvino Rocha - SUICÍDIO

No próximo dia 11 de agosto fará um ano que o ator Robin Willians tirou a própria vida em sua casa na Califórnia. O comediante bem sucedido de Hollywood não era feliz na vida real. Ele lutava contra o álcool, as drogas e a depressão.
Nunca me sentei para escrever sobre um tema tão delicado quanto este. Já conversei sobre ele, já aconselhei pessoas a partir desse tema, mesmo assim, vou me arriscar a dizer alguma coisa sobre este tema por entender que é um tema necessário e urgente.
Vez por outra ouvimos histórias de pessoas que cometeram suicídio e sei que as famílias envolvidas neste tipo de situação têm lutado para entender tão grande tragédia.
As famílias sofrem não apenas com a trágica perda do ente querido, mas com o silêncio por trás do suicídio. Raramente quem comete um ato tão radical deixa explicações deixando a família enlutada com uma enorme interrogação: “Por quê?”
Entendo que a igreja precisa lidar com este tema com muita sobriedade e sensibilidade, porque quando nos deparamos com famílias que sofreram com o suicídio de um ente querido precisaremos encarar gente quebrada, sendo assim, não se atreva a fazer acusações ou fazer qualquer juízo de valor. Não despreze e não aumente a dor do outro.
Quando o assunto é suicídio, a pergunta que normalmente vem à tona é a seguinte: O que acontece quando uma pessoa que se diz crente cometeu um ato tão desesperado quanto este? A minha resposta a esta questão é simples: Não sei. No entanto, entendo que, diferente do que algumas pessoas dizem, não considero que um suicida cometeu um pecado imperdoável.
O Dr. John Frame, professor de teologia sistemática e filosofia no Seminário Teológico Reformado em Orlando, Flórida, sustenta que o suicídio é pecado. Mas ele conta a história de um amigo missionário que à medida que lutava contra a depressão se aproximou cada vez mais do Senhor. Tal missionário terminou a sua carreira tirando a própria vida. Frame que o conhecia muito bem não teme dizer que aquele missionário era um cristão genuíno.
Como disse alguém “Nós somos salvos pelo sangue de Cristo, não pelo fato de o nosso momento final ter sido triunfante ou trágico. O suicídio não deve ser tratado com leviandade. Ele é inimaginavelmente doloroso e desagradável a Deus. Porém, para o filho de Deus, verdadeiramente arrependido, verdadeiramente crente e verdadeiramente justificado, Deus é maior do que os nossos pecados, mesmo aqueles que nos apanham em nosso último suspiro”.
Creio exatamente desta maneira, por isso, quando me deparei com uma situação como esta, tendo que aconselhar a família de uma pessoa que, no desespero tirou a própria vida, preferi orar pedindo que o Senhor da glória consolasse os corações feridos, mas, em nenhum momento, me atrevi a duvidar da graça do Senhor que é suficiente para alcançar o pecador até mesmo no último suspiro.

Calvino Rocha
é pastor Presbiteriano em campina Grande, na Paraíba

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