Cyelen Veloso



Cyellen Veloso 



É da igreja 6º Congregacional Vale da Benção, atua profissionalmente na TV Asa Branca publicitária e blogueira.


PERDAS


Já perdi muitas coisas na vida. Já perdi tempo, já perdi o último ônibus pra casa, já perdi dinheiro, momentos importantes, pessoas amadas, guarda-chuvas...

Já perdi algumas vontades, a coragem, algumas oportunidades, já perdi amizades, já perdi meus óculos...

Mas apesar de tudo nunca perdi o desejo de continuar, o amor pelos amigos que me cativaram e a fé em Deus de que tudo vai dar certo. Apesar de ter perdido algumas coisas, nunca perdi a força de levantar após uma queda bruta. Nunca perdi a vontade de continuar diante de uma barreira, posso até ter perdido a força, mas logo recuperei e continuei.

Nunca perdi a alegria dos momentos simples, nunca perdi a vontade de abraçar quando sentia carinho e nunca perdi a lembrança daqueles que um dia marcaram minha vida e se foram.

Sempre que a vida tenta me fazer perder algo que amo, eu mostro a ela tudo o que já perdi e mesmo assim não desmotivei e por mais que os dias cheguem cheios de perdas e ganhos eu sei que dentro de mim nunca vou perder a força de recuperar tudo aquilo que me foi tirado ou simplesmente experimentar coisas bem melhores que aquelas perdas.

Acima de tudo, eu sei que sempre vou ganhar mais um dia enquanto tiver forçar pra continuar.



Não sirvo ao deus do acordo

Todos os dias selamos vários acordos mesmo que involuntariamente.  Sabe como?  Pagamos pelo pão da padaria, pagamos uma taxa para que alguém nos leve de um lugar a outro, cumprimos horários a fim de termos um salário no final do mês, trocamos favores... e por aí vai. No meio de tanta troca acabamos acostumados a depender de algo para que outra coisa se realize. Isso é absolutamente normal se visarmos a necessidade de sobrevivência e o velho ditado de que uma mão lava a outra.
No entanto, existe uma falha quando isso é levado para o nosso âmbito espiritual. Ficamos tão acostumados em conquistar o que queremos por um agrado o outro que achamos que com Deus é a mesma coisa. Desde a época de Moisés, as pessoas passaram a acreditar que a manifestação de Deus na vida humana se dá quando fazemos algo por Ele, com isso haviam os sacrifícios, as indulgências, o trabalho voluntário, a negação de si mesmo pela obra e o que vemos hoje em dia são negociações com dízimos e ofertas.
É claro que nós, cristãos, temos uma responsabilidade com o social, devemos ajudar o próximo, contribuir para o crescimento do Reino através de nossas igrejas. No entanto, não é isso o que fará Deus olhar para você.
Deus é Soberano e Seu poder está acima de qualquer lógica humana, logo, Ele não necessita de nós. Vejo por aí muitas pessoas aflitas achando que vai perder a benção do Senhor ou até mesmo a salvação caso não entregue suas ofertas ou caso não sacrifique seus dias para estar em um campo missionário, quando na verdade esses atos são apenas conseqüência espiritual.
Deus não é humano para que necessite de algo vindo de nós para que a Sua vontade seja manifestada e Ele não está ocupado contabilizando nossas obras para se manifestar, a única coisa que impede ou não a maravilhosa Graça se cumprir é o tempo de Deus. Tudo acontece no seu devido momento, basta confiarmos em Sua Soberania.
Portanto, não vamos nos enganar com falsas ideologias de que precisamos fazer acordos com o Pai para que possamos experimentar Sua Glória, as coisas que fazemos por Ele são unicamente um ato de gratidão e reconhecimento de que somos submissos ao Seu Poder. Deus quer um coração sincero, livre de interesses com o único intuito de amar a Ele acima de todas as coisas.
Isso, querido irmão, é experimentar a Graça de graça.



A menina de um talento só

Quando eu era adolescente tinha muita vergonha de mim  quando o assunto era mostrar alguma habilidade. Sou péssima atriz, sempre fui desafinada, nunca consegui tocar um instrumento, na pintura sou uma negação. A única coisa que sabia fazer era escrever e eu achava muito chato.

“Como posso ser importante eu não sei fazer nada!” pensava enquanto via meus amigos tocando violão ou desenhando, ali eu sentia uma pitadinha de inveja deles.

Depois que eu cresci e comecei a trabalhar, eu era sempre a pessoa que escrevia os textos os relatórios e apresentações, a redatora da agência de publicidade e aos poucos fui me conformando com o único talento.
Um dia me disseram que eu tinha o talento de transformar meus limões em limonadas. Fiquei pensando naquilo até me dar conta de que talento não é apenas arte.

Existem pessoas que tem habilidade de persistirem em seus objetivos, outras de acordarem sorrindo em plena segunda-feira, outras são hábeis em  perceber as necessidades dos outros, tem aquelas pessoas que tem o dom de fazerem os outros se sentirem bem, as secretárias que atendem bem os telefonemas, os vendedores que alcançam suas metas, as pessoas que consertam chuveiros queimados... e por aí vai.

Quando percebi que talento é aquilo que fazemos de melhor me senti mais confortável e comecei entender que entre solos de guitarra e solados de sapato, o talento é a capacidade de fazer o melhor e tornar as pessoas felizes de alguma maneira.

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