Opinião: As manifestações do 7 de setembro NÃO SERÃO PECADO. por Ricardo Gondim


Quem for aos encontros políticos de 7 de setembro vai:

legitimar um presidente que supervisionou a morte de aproximadamente 600 mil brasileiros;

dar continuidade às estruturas sociais perversas que beneficiam poucos e jogam milhões na miséria absoluta;

dizer sim ao racismo histórico que discrimina negros e pobres;

fazer pouco caso da milicialização do Rio de Janeiro e de outros estados;

concordar com o peculato e enriquecimento ilícito das muitas mulheres e filhos do presidente;

acender sinal verde para os golpistas que intencionam invadir o Supremo Tribunal Federal;

tolerar que a Constituição seja anulada e que o país seja governado por um homem que diz "meu exército" e deseja passe livre como ditador;

aceitar a intolerância evangélica que invade espaços de culto de matriz africana;

virar as costas às pessoas homoafetivas e transsexuais que sofrem e são assassinadas todos os dias;

abraçar o conceito de que comprar fuzil deve ser a meta das pessoas e quem precisa comer feijão é idiota;

assumir que grileiros e garimpeiros ilegais têm mais direito à terra que as nações indígenas;

acreditar que a melhor versão do cristianismo é a dos vendilhões do templo;

anuir com a tese do pastor calvinista de que "a universidade é para poucos";

permitir que a bancada da Bíblia, do boi e da bala tenha força no Congresso.

Atender à convocatória de ir ao 7 de setembro não tem nada a ver com o conceito moralista de pecado, mas com perversidade, falta de empatia, iniquidade, vassalagem, fanatismo, alienação e deseducação cidadã.

Em síntese: não vá, fique em casa.

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