Como inovar na igreja em tempos de disruptura - Por Josué Campanhã

As crises causam disrupturas – ou quebra de continuidade. Joel Barker diz que “quando surge uma disruptura tudo volta ao zero”. O que a Covid está fazendo com as igrejas é isto. Tudo mudou repentinamente, e sem nenhuma previsão ou planejamento.

A questão é como inovar usando a disruptura a seu favor. Este é o melhor momento para sua igreja refletir e decidir corajosamente aquilo que fará daqui para frente. Este é o momento de verificar se ela está focada na missão única de Jesus de fazer discípulos ou se está desperdiçando seu tempo e energia com centenas de atividades.

Quais as perguntas que todo pastor ou líder deve se fazer em momentos como este?

Você lidera uma visão ou gerencia uma igreja? Eu recomendaria a todos pensar sobre isto da seguinte forma: “Minha igreja parou. Agora posso pensar na minha missão”.

Quais as coisas práticas que um pastor ou líder deveria fazer para inovar em tempo de disruptura? Então vamos a três passos. Podemos usar três palavras simples, conforme Eclesiastes: O que precisamos parar (ou matar)? O que precisamos manter e reinventar? O que precisamos desenvolver (iniciar)?

Nas três áreas, considere as perguntas a seguir pensando na gestão e na missão da igreja. Pense primeiro em que sua igreja precisa parar. Como a crise econômica irá impactar as receitas? Quanto das receitas está indo para o foco e quanto está sendo

desperdiçado com atividades que não produzem nada? As atividades que temos produzem discípulos? O tempo e o dinheiro que investimos nas atividades e ministérios produzem um resultado proporcional? Tudo que descobrirem como fruto dessas respostas dará um indício do que deve ser mantido ou eliminado.

Em seguida avalie aquilo que precisa ser mantido e reinventado. Quais atividades e ministérios são cruciais para a nossa missão? Como tornar o funcionamento da igreja muito simples? Quais atividades ou ministérios precisam ser reinventados para continuarem a ter relevância? Quais atividades ou ministérios contribuem totalmente para o foco e que não podem parar? Avalie todas as atividades e ministérios nos últimos 10 anos. Em que elas contribuíram para a missão? O que deveria ser mantido e reinventado?

Depois, avalie aquilo que precisa ser criado. Em que não investimos hoje, mas que se investíssemos mudaria o nosso futuro? Quais atividades e ministérios devemos iniciar pois são cruciais para a nossa missão? Como avaliar de forma constante se a maior parte do nosso tempo e recursos está sendo investido para fazer discípulos e influenciar a cidade? Quais atividades ou ministérios não temos e precisamos iniciar para atingirmos a missão? O que precisamos iniciar hoje que fará diferença nos próximos 10 anos? Sua igreja tem frequentadores ou um grupo de discípulos de Jesus prontos para fazer outros discípulos?

A igreja tem a melhor oportunidade dos últimos 100 anos para sair do ativismo e começar a fazer discípulos, mas para isto é preciso coragem. A coragem nos move do pânico para a ação, da manutenção para a reinvenção. Você não pode sofrer de “pânico de foco”. O Andy Stanley diz que “Coragem não é esperar que seu medo vá embora para seguir adiante.” Você não pode decidir como vencer a pandemia, mas você pode decidir como será sua igreja depois da pandemia.

Para reinventar-se é necessário primeiro sentir-se realmente mal por causa dela. No entanto, alguns podem cometer um pecado mortal – alimentar os problemas e matar de fome as oportunidades. As inovações não criam mudanças, elas exploram mudanças já ocorridas. Foi assim com Moisés e o povo sendo escravizado no Egito. Neemias e o povo voltando do exílio. Davi e a decisão de Deus de substituir Saul. A igreja primitiva e a perseguição aos cristãos. Para que Deus tem convidado você e sua igreja? Esta é a chance da sua igreja.

Josué Campanhã, Diretor da Envisionar (josue@envisionar.com)

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