ESPECIAL - 162 Anos do Congregacionalismo Brasileiro, 119 em Caruaru, 50 anos da IEC Vale da Bênção (final)
Jônatas Ferreira Catão
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Vamos trazer, de forma resumida, a biografia dos três primeiros pastores que
marcaram a história da Igreja Evangélica Congregacional Vale da Bênção: Pastor
Jônatas Ferreira Catão, que, interinamente, foi o primeiro pastor, Pastor José
Quaresma de Mendonça, que foi o segundo pastor e o Pastor Nicácio Correia de
Moura Filho, o atual pastor.
Jônatas Ferreira Catão
O Rev. Jônatas Ferreira Catão, Nasceu no dia 14 de Outubro de
1920 no sítio Logradouro, município de Campina Grande. Filho de Sebastião
Ferreira Catão e Maria Olímpia Catão tinha três irmãos, Efigênia Maria e Roque.
Os seus pais eram descendentes de italianos. Era de uma família
humilde, e trabalhadora. Quando criança, não teve oportunidade de freqüentar
uma escola, mas foi muito bem alfabetizado pela sua irmã Efigênia.
Em 01 de Março de 1943, após compreender o chamado de Deus para
o ministério pastoral, o Pr. Catão foi para o Instituto Bíblico Nordestino,
hoje, Seminário Evangélico Congregacional do Nordeste, que tinha como diretor o
Rev. Paulo Mood Davidson. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia no dia 23 de
Novembro de 1948 e foi ordenado no dia 19 de Fevereiro de 1949, quando na
ocasião estava sendo realizada, a 4ª Convenção Geral das Igrejas
Congregacionais e Cristãs do Brasil.
No mês de Abril de 1949, assumiu o pastorado da Igreja
evangélica Congregacional de Patos. Casou-se pouco tempo depois, no dia 24 de
Novembro de 1949, com Olívia Lopes da Silveira, com a qual teve cinco filhos.
Por motivos de saúde, saiu da Igreja de Patos, indo pastorear
uma igreja da Missão Evangelizadora do Nordeste, onde passou pouco tempo. Logo
após, foi pastorear a Igreja Evangélica Congregacional em Guarabira, onde
permaneceu de 1952 a 1953. Em 15 de Outubro de 1953, assumiu o pastorado da
Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa, a qual foi dirigida e
assistida integralmente por ele até a sua jubilação no ano de 2006.
O Rev. Catão sempre foi um desbravador incansável e durante o
seu ministério, muitas igrejas e congregações foram abertas e assistidas por
ele: a segunda e terceira Igrejas Evangélicas Congregacionais de João Pessoa,
Igreja Evangélica Congregacional de Bayeux, Igreja Evangélica Congregacional de
Santa Rita, Igreja Evangélica Congregacional de Itabaiana, Igreja
Congregacional no Bessa, além de ajudar a organizar e dar assistência à Igreja
Vale da Bênção, no seu início.
Após uma divisão na igreja, que resultou na saída de 83 membros,
fato ocorrido no dia 07 de Novembro de 1962, o Rev. Catão reorganizou a igreja,
e no ano seguinte, começou o trabalho de construção do templo da Igreja.
Enfrentou muitas dificuldades, tendo até mesmo de realizar os cultos na Igreja
Presbiteriana de Cruz das Armas, alternando assim os dias de culto com o Rev.
Daniel Moura e, apenas aos Domingos à noite, os cultos eram realizados no mesmo
horário.
Durante o período de construção do templo da igreja, o Rev.
Catão sofreu um acidente de carro, e uma fratura na bacia, impossibilitando-o
de trabalhar por dois meses. Mesmo assim, através de um sistema de som, do seu
leito ele se comunicava com a igreja, e de lá ele doutrinava e dava os avisos.
O Rev. Catão foi um dos primeiros pastores congregacionais a
aceitar o movimento de Renovação Espiritual. Em razão disto, em 21 de Agosto de
1967, ele foi excluído do rol de pastores da União de Igrejas Congregacionais
do Brasil juntamente com outros seis pastores organizou, no dia 14 de
Agosto de 1967, a Aliança de Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, da
qual foi o seu Primeiro Vice-Presidente.
No dia 16 de Janeiro de 1996, faleceu Olívia, a sua querida
esposa, o que representou para ele uma grande perda irreparável. Porém, ele deu
continuidade ao seu trabalho ministerial, e está trabalhando até hoje.
José Quaresma de Mendonça
Rev. Quaresma |
O Rev. José Quaresma de Mendonça nasceu no dia 08 de Setembro de
1926, em Esperança – Distrito de Campina Grande-PB. Filho de Inácio Quaresma de
Mendonça e Maria Regina de Mendonça. Converteu-se ao evangelho aos 14 anos de
idade, indo logo em seguida residir na cidade de Campina Grande, passando a
congregar na Igreja Evangélica Congregacional.
Em 1943, aos 17 anos, foi convidado por um grupo a participar do
culto em uma congregação onde lhe foi facultada a oportunidade. Após a sua
palavra, foi feito um apelo convertendo-se 08 pessoas das quais 06 delas foram batizadas
pouco tempo depois. Foi então que ele compreendeu o seu chamado para o
ministério pastoral.
Casou-se no dia 25 de Janeiro de 1945, com a jovem Iraci Silva
de Mendonça. Eles se conheceram quando faziam parte do coral da igreja “Robert
Kalley”. O casal teve cinco filhos, sendo três homens e duas mulheres.
Em 1948, com 22 anos, Quaresma recebeu um convite do pastor João
Clímaco Ximenes, para ser o seu motorista particular. José Quaresma de Mendonça
foi consagrado Presbítero, e em pouco tempo Evangelista. Era respeitado e
considerado como pastor.
Como evangelista da Missão Evangelizadora do Nordeste, José
Quaresma de Mendonça foi enviado aos campos de Ingá, Serra Verde e Juá, igrejas
que pertenciam a Missão. Neste tempo ele passou a morar na cidade de Ingá. Logo
após, voltou à cidade de Campina Grande, saindo da Missão por algum tempo. Mais
uma vez, ele foi convidado pelo pastor João Clímaco Ximenes para retornar à
Missão e ser novamente o seu motorista.
Quase dois anos depois de ter retornado a Campina Grande-PB,
recebeu um convite da Missionária Eshter Blowes, diretora do Instituto Talita,
para trabalhar naquele instituto, e aceitou. Chegando ao Recife, começou a
trabalhar de dia e estudar à noite no Colégio Americano Batista. Logo após,
iniciou o curso de Teologia no Seminário Presbiteriano do Norte, concluindo em
1960 e recebendo o diploma no dia 20 de Janeiro de 1961.
Antes de retornar à Campina Grande, para trabalhar como pastor
da Missão Evangelizadora do Nordeste, fundou a Igreja Evangélica Congregacional
da Macaxeira. Com muita coragem e ousadia, pregava o evangelho. Foi perseguido,
mas nunca retrocedeu. Com uma Kombi e um serviço de som ligado, ele levou a
palavra de Boas Novas em lugares difíceis e jamais evangelizados.
Trabalhou em Galante, Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia, Natal, Guarabira,
Esperança, Patos, Piancó, Marinho, Sousa, Pombal, Taperoá, Sumé, Canoas de
Dentro, Sossego, Aroeiras e Santa Luzia, cidades paraibanas, sendo todos
trabalhos da Missão Evangelizadora do Nordeste.
Em 1963, recebeu o convite para pastorear a Igreja Evangélica
Congregacional de Patos, o qual aceitou. Foi neste período que surgiu o
movimento de Renovação Espiritual, no meio das igrejas congregacionais. Como
ele foi um dos pastores que abraçou o movimento, foi excluído do rol de
pastores da União de Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, juntamente
com outros seis pastores: Jônatas Ferreira Catão, Isaías Correia dos Santos,
Moisés Francisco de Melo, Raul de Souza Costa, João Barbosa de Lucena e Roberto
Augusto de Souza.
No dia 06 de Junho de 1968, chegou em Caruaru convidado pela
Igreja Evangélica Congregacional Vale da Bênção e recebeu posse como pastor, no
dia 25 de junho 1968. Durante o seu ministério, o pastor Quaresma enfrentou
vários desafios. Mas um dos maiores desafios foi o da construção do templo, que
se tornou um referência para a cidade de Caruaru.
Fundou a Segunda Igreja Evangélica Congregacional Vale da Bênção
da Vila Kennedy, a Terceira Igreja Evangélica Congregacional no Bairro do
Salgado, a Primeira e a Segunda Igreja Evangélica Congregacional de Santa Cruz
do Capibaribe.
Foi homenageado com o título de Cidadão Caruaruense no dia 25 de
Janeiro de 1985, dia em que comemorava as Bodas de Esmeralda. Foi um presente
merecido.
O seu ministério na Igreja Evangélica Congregacional Vale da
Bênção findou em Dezembro de 1985, e um culto de despedida foi realizado em
Janeiro de 1986. De volta à Campina Grande, foi convidado a pastorear a Igreja
Congregacional Ebenézer, sendo empossado no dia 16 de Abril de 1988. Voltou a
Pernambuco, e no dia 28 de Fevereiro de 1989, foi empossado como pastor da
Primeira Igreja Evangélica Congregacional de Santa Cruz do Capibaribe,
ministério que durou quatro anos. No dia 04 de Setembro de 1993, assumiu o
pastorado da Segunda Igreja Evangélica Congregacional da Vila Kennedy, e em
Maio de 2002 deu início à construção do templo atual. Faleceu no dia 02 de
Novembro de 2002, deixando muita saudade por parte de todos aqueles que um dia
o conheceu.
Nicácio Corrêa de Moura
Filho
Nicácio Moura |
O Rev.
Nicácio Corrêa de Moura Filho nasceu no dia 11 de Agosto de 1953 no distrito de
Lucena, uma colônia de pescadores com aproximadamente 300 habitantes em Santa
Rita – PB. Filho de Nicácio de Moura Filho e de Rosa freire de Moura, teve
naquele lugar uma infância difícil, pois era de uma família humilde e filho
caçula entre cinco irmãos. Ficou órfão de pai quando tinha apenas dois anos.
Sua mãe era professora primária e trabalhava de dia e de noite
para poder criar os cinco filhos. Morava em casa de palha e chão batido, e o
único prédio em alvenaria naquele lugar era da Igreja Católica. Não faltavam
alimentos, pois o mar estava ali bem perto oferecendo tudo em abundância, porém
o dinheiro para aquisição de outras coisas, como roupas e sapatos era pouco.
Passou a morar no município de Santa Rita, onde concluiu o
primário e o 1º grau, e quando estava cursando ainda o 2º grau, aos 17 anos, já
presidia o Grêmio Estudantil e o Conselho de Moradores da “Ala Jovem” no bairro
onde morava, o que já era um prenuncio do seu perfil de líder. No dia 20 de
Fevereiro de 1972 se converteu e passou a aconselhar e orar com os seus colegas
de escola. Concluiu o 2º grau em Dezembro de 1973. Sentiu o chamado de Deus
para o ministério pastoral, após oito meses de sua conversão quando era
presidente de mocidade da Congregação de Santa Rita, que estava sob a liderança
do pastor Arnóbio Bernardino da Silva, seu pai na fé.
No dia 16 de setembro de 1973, deu início a uma congregação na
cidade de Lucena onde nasceu, e na ocasião acompanhado pelo pastor Arnóbio
Bernardino da Silva, deu o seu testemunho, quando na ocasião dez vidas foram
alcançadas pela irresistível graça de Jesus. Entre os novos crentes estava o
seu tio Tito Lourenço da silva, vereador da cidade, que mais tarde chegou a ser
diácono Juntamente com a esposa Josefa Maria da Silva, dois compadres e duas
comadres, todos que se converteram naquele dia foram batizados e permaneceram
firmes na fé.
Trabalhou em uma Junta de Serviço Militar e depois como auxiliar
de escritório sonhava em ser advogado, e alimentado por este sonho passava boa
parte do seu tempo no fórum assistindo os debates.
No mês de Março de 1976 foi estudar no Seminário Teológico
Batista de Renovação Espiritual e em Dezembro de 1978 concluiu o curso de
Bacharel em Teologia. Durante o período de estudo no seminário dirigiu a
Congregação de Santa Rita por dois anos depois trabalhou como itinerante do DOM
(Departamento de Orientação Missionária), órgão que pertence a Aliança de Igrejas
Evangélicas Congregacionais do Brasil, e como itinerante passou a conhecer
todos os campos da A.I.E.C.B. inclusive a Igreja Congregacional Vale da Bênção
que na época era dirigida pelo pastor José Quaresma de Mendonça. Como
seminarista foi participante da organização da Igreja Evangélica Congregacional
de Natal – RN, onde ficou por 30 dias.
Foi provisionado em Janeiro de 1979 e em 02 de Fevereiro de
1979, como pastor ainda provisionado, foi o primeiro pastor da Primeira Igreja
Evangélica Congregacional de Santa Cruz do Capibaribe. Sendo ordenado em
Janeiro de 1980, durante o seu pastorado construiu o templo ali existente e
permaneceu até Dezembro de 1985, quando foi substituído o pastor Arnóbio
Bernardino da Silva.
No dia 27 de outubro de 1979 casou-se com a jovem Maria Teotônio
Santos de Moura, cerimônia realizada na Igreja Evangélica Congregacional de
João Pessoa pelo pastor Djair da Silva Guerra. O casal tem quatro filhos:
Neydson, Nadson, Niedja e Nyedson.
Chegou em Caruaru no dia 01 de Fevereiro de 1986 assumindo o
pastorado da Igreja Evangélica Congregacional vale da Bênção. Homem destemido e
de visão missionária criou logo no início do seu trabalho o DEPAM (Departamento
de Atividades Missionárias), em seguida o CASEVABE (Centro de Assistência Social
Evangélico Vale da Bênção), depois o Colégio Evangélico Congregacional Vale da
Bênção, e trouxe a Caruaru o STEC (Seminário Teológico Evangélico
Congregacional). Abriu várias congregações, como a de Ibirajuba, Alto do Moura,
Brejo da Madre de Deus, Taquara, Agrestina, Cupira, Morro do Bom Jesus,
Agamenon Magalhães, Sítio Peladas, Limoeiro, Jataúba, Custódia, Sítio Estivas,
Cachoeirinha, Laje Grande, Ribeirão, São Paulo, Torrões, e outras já
emancipadas como o Inocop, Cohab III, Boa Vista II, Maurício de Nassau e São
Caetano.
Em 1985, foi Presidente da Aliança de Igrejas Evangélicas
Congregacionais do Brasil, e Secretário por várias gestações e também
presidente do conselho de pastores em 2005, bem como vice-presidente. Foi
presidente da AMEAP (Associação de Ministros Evangélicos do Agreste
Pernambucano) em várias gestações.
No dia 15 de Maio de 1999 como reconhecimento pelo seu trabalho,
trabalho este que abrange todas as camadas da sociedade, o pastor Nicácio foi
homenageado em sessão solene, na Câmara Municipal, com o Título de Cidadão de
Caruaruense, uma proposta da vereadora Maria Régis, que teve uma aprovação
unânime.
O pastor Nicácio Corrêa de Moura Filho descentralizou a igreja
implantando congregações em vários bairros. O seu trabalho sempre esteve
voltado paro o lado missionário enviando os vocacionados aos seminários. Nunca
se afastou da doutrina de renovação espiritual e continua pregando com a
ousadia, na unção do Espírito Santo de Deus.
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