Voluntários brasileiros levam serviços em saúde para refugiados sírios, no Líbano
Três dentistas, seis médicos e quatro voluntários em uma missão: levar atendimento médico e odontológico para refugiados sírios que vivem em Zahlé, no Líbano. Durante os nove dias que a equipe passou no Líbano, em maio deste ano, os profissionais conseguiram realizar cerca de 1200 atendimentos médicos e odontológicos. A ação aconteceu em parceria com uma igreja em Zahlé, que já desenvolve um trabalho assistencial às famílias de refugiados há cerca de seis anos.
A iniciativa da Comunidade Batista em Moema (SP), onde participam onze das treze pessoas que integraram a equipe, teve um investimento de aproximadamente 11 mil dólares para custear medicamentos, equipamentos, despesas hospitalares e tradutores locais.
Diário de bordo da Missão Zahlé
No blog da Missão Zahlé, onde a equipe registrou dia a dia o trabalho realizado no Líbano, há o relato de que em um único dia os profissionais fizeram 175 atendimentos médicos e quase 50 consultas odontológicos. “Confesso que o cansaço começou a bater, mas permanecemos firmes e fortes em nossa missão. Marina, Fernanda e parte dos dentistas, por exemplo, ficam de pé 100% do tempo. Nosso almoço dura cerca de 30 min e tivemos dias que nem pausa para o café foi possível. A tradução do árabe também cansa bastante a mente.”, escreveu Luciano Quintela, integrante da equipe.
Por que ir a Zahlé atender refugiados sírios?
Refugiados sírios no Líbano
Em 2013, o Centro de Registros do ACNUR (Agência da ONU para refugiados) em Zahlé registrava 1.300 pessoas por dia, a maioria vinda da Síria, já que a fronteira entre os países fica a cerca de vinte quilômetros de Zahlé. Naquela época, estimavam-se que o Líbano abrigava 675 mil refugiados sírios. Já em 2015, dados da Comissão Europeia e do Acnur indicavam a chegada 1,1 milhão de refugiados sírios no Líbano.
O Estado libanês não autoriza campos de refugiados, mas permite que os deslocados sírios aluguem casas ou possam arrendar terrenos. Nesses locais, os refugiados montam as tendas, como acontece no Vale de Bekaa, onde se encontram dezenas de pequenas concentrações de tendas. Nestes campos estão apenas refugiados muçulmanos, que representam 92% da totalidade dos deslocados; os refugiados cristãos conseguem alugar habitações e alguns partiram para outros países onde foram acolhidos por familiares.
Especialistas apontam que, embora a maioria da população libanesa seja muçulmana (60%), a capital do país abriga o maior número de igrejas cristãs per capitas do planeta: tem igrejas maronitas, ortodoxas, melquitas, assírias, siríacas, armênias, católicas, coptas, caldéia. Além disso, existe no Líbano um vale sagrado (Qadisha) com dezenas de mosteiros em montanhas nevadas em meio aos cedros.
Confira aqui a matéria sobre a Missão Zahlé exibida na Globo News.
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