Bono Vox: Por que os salmos estão faltando na música cristã?
Bono Vox, vocalista da banda irlandesa U2, uma das estrelas de rock mais famosas do mundo, lamenta que os Salmos estejam ausentes da música cristã e diz que gostaria de inspirar os artistas a refletir sobre o livro enquanto criam seus trabalho.
Em uma série de vídeos que gravou recentemente com David Taylor, professor de teologia e cultura no Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, Califórnia, ele contou que está estudando muito a Bíblia recentemente, em especial os Salmos. No ano passado ele lançou um documentário sobre isso.
O cantor relata que aprofundou-se nos chamados “Cânticos de Degraus”, a porção do livro que reúne os Salmos 120 a 134. Ele dividiu o material em diferentes categorias como um exercício espiritual e disse ter ficado espantado com o que descobriu.
Naqueles Salmos temos “um cântico de misericórdia, um de paz, um sobre arrogância, um sobre raiva, um sobre lágrimas, um sobre a busca, e um sobre humildade”, relatou Bono.
Ele então questiona: “Por que não encontro isso na música cristã? Acho que os artistas estão presos [a um formato]. Gostaria que eles não ficassem presos.”
O professor Taylor perguntou a Bono que coisa boa as pessoas que não têm fé cristã nem interesse na Bíblia iriam encontrar se elas decidissem ler os Salmos. “Bem, o Salmo 82 é um bom começo”, respondeu o vocalista do U2.
Ele lembra que esse Salmo fala sobre defender os pobres e os órfãos, resgatando-os do mal. “Isso não é caridade, mas justiça”, explica,
Passou então a analisar como vários Salmos profetizam que a razão pela qual Jesus veio à Terra é porque os necessitados estão oprimidos. “Quando Cristo cita Isaías 61 nos Evangelhos, Ele apresenta Seu manifesto… Não é incrível que Jesus comece Sua missão falando sobre o ano do favor de nosso Senhor, o ano do Jubileu, Ele dá vista aos cegos… é justiça, não caridade”, acrescentou.
Segundo o cantor, que também possui um conhecido trabalho de caridade, “Toda arte é profética por natureza”. Passou então a dizer o que tem aprendido, embora saiba que possa ser algo controverso.
“Se o trabalho do profeta é descrever o estado da alma, a alma do povo que vive nas cidades, então se queremos saber o que realmente está acontecendo … precisamos realmente olhar para a arte”, insiste, mandando um recado: “os pastores fariam bem em entender isso”.
Finalizou dizendo que os pastores e líderes deveriam aprender a ouvir mais, discernindo na cultura, o que as pessoas estão querendo dizer e como podem responder a essas aspirações com o Evangelho.
FolhaGospel
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