Nenhum rei [nenhum político] se salva
Um presidente com possibilidades reais de ser retirado do cargo antes do término do seu mandato. Poucas vezes isso aconteceu no Brasil. A última foi com o ex-presidente Collor, há 25 anos. Talvez a juventude cristã não se lembre. No entanto, diferente de 1992, nem o Brasil nem a igreja são unânimes sobre o processo de impeachment da presidente Dilma.
Não é raro encontrar cristãos com palavras e abominações de toda espécie nas redes sociais por causa do assunto. Na semana passada fomos confrontados por um irmão de longa data, desafiando-nos a “sair de cima do muro”.
Não queremos criar plateias e nem pretendemos separar o joio do trigo. Mais importante do que estar de um lado ou de outro, é não distorcer as palavras, a história e motivações daqueles cujas convicções não compartilhamos.
Não afirmamos nossa opinião política com a mesma força com que proclamamos as verdades bíblicas. Não queremos organizações cristãs e igrejas rachadas pelo dogmatismo das opiniões, exatamente porque reconhecemos a natureza contingente da política.
Queremos melhorar o nível do debate. Um debate inteligente, sereno e respeitoso, sem excomunhão mútua. Precisamos de evangélicos sérios pensantes em todos os pontos do espectro político.
Continuamos pregando o evangelho todo ao homem todo e apoiando as ações de justiça da igreja. Ao mesmo tempo, oramos para que nem políticos oportunistas defendendo o impeachment nem devotos ideológicos gritando “não vai ter golpe” sejam os verdadeiros protagonistas deste processo sensível e delicado. Uma democracia robusta precisa de um governo forte e responsável e uma oposição forte e responsável.
Enfim, fazemos coro com o salmista: “Nenhum rei [nenhum político] se salva pelo tamanho do seu exército; nenhum guerreiro escapa por sua grande força. […] Nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção” (Sl 33.16, 20).
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