Ariovaldo Ramos fala da ação da Igreja no combate à exploração sexual infantil: "É urgente"
No dia 18 de abril, Dia Nacional da Luta Contra o Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, aconteceu à 'Semana de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual' - Lei Nº 15.965/2014, de autoria do vereador Eduardo Tuma.
No dia 19, a ONG Makanudos de Javeh foi homenageada pelo vereador em sessão solene na Câmara Municipal de SP.
O pastor Ariovaldo Ramos, presidente da Visão Mundial, esteve na sessão solene e reiterou seu apoio à ONG e ao combate ao abuso e exploração sexual.
Em entrevista ao GUIAME, Ariovaldo falou sobre esse problema instalado na sociedade e o dever da Igreja.
GUIAME: Como o senhor entende a gravidade da exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes?
É imperativo e é urgente. O problema do abuso à criança e ao adolescente, lamentavelmente, abrange todos os segmentos da sociedade. É muito triste, como pastor, ter que admitir que esse é um problema que também encontramos na igreja.
GUIAME: Qual é a necessidade de a Igreja se posicionar no combate a esse mal?
Principalmente os ministros responsáveis pela educação infantil, precisam se mobilizar e quebrar o tabu para dizer com clareza o que está acontecendo. A igreja tem instrumentos educacionais, pedagógicos e tem a grande motivação da fé, um profundo senso de dever ao próximo e um senso de temor a Deus. Se existe um segmento da sociedade que deve ser exemplo na tratativa dessa questão, é a igreja. Nosso papel é recuperar o senso familiar. É importante e é urgente.
GUIAME: Alguns cristãos acreditam que só a oração pode resolver certos problemas e deixam de lado a ação. Como mudar esse pensamento?
O ser humano é um ser integral. Quando você ora, está pedindo a Deus a força necessária para fazer o que tem que ser feito. A oração não é um meio de se evadir da ação, pelo contrário, é um compromisso sério para que a ação seja efetivada com eficácia. A igreja precisa saber disso. Primeiro: precisamos proteger as crianças e salvá-las de qualquer nível de abuso. Segundo: precisamos ajudar os que se arrependem a recuperarem o senso familiar, mas isso tem que ser de forma eficaz, e muitas vezes nós vamos ter que acionar o dever público, e a gente não tem escolha porque temos que preservar o inocente.
Nós, pastores, temos muita dificuldade em chegar a esse nível porque a gente sempre espera pelo arrependimento dos seres humanos, mas esse é um caso tão drástico, agudo e angustiante, que nós vamos ter que usar todos os meios.
Se nós não conseguimos mais respeitar, honrar e cuidar das nossas crianças, significa que optamos pelo suicídio da espécie humana.
por Juliana Simioni
GUIAME.COM.BR
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