Quem dizem ser o Filho do homem?

Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Baptista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? (Mateus 16:13-15)

A questão levantada parece nunca ter fim. Até os dias atuais estudiosos, filósofos, teólogos e pessoas simples busca responder “quem foi ou é Jesus Cristo?”
As respostas de hoje se assemelham: para uns foi um mestre, para outros um homem comum, há os que se relacionam com ele como sendo seu Senhor e Salvador, outros o tem como um homem de bem. A lista segue-se com revolucionário, pacifista, profeta, ... Seria fruto da invenção de alguém? Um mito? Seria mesmo Deus?

Jesus questionou a quem estava ali, bem juntinho dele.

- “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”

Essa é uma pergunta que, creio, se JC estivesse exatamente aqui, entre nós nessa roda de conversa após o culto e após ouvir da gente dizer coisas tipo... “Jesus é tudo paramim”, que “Deus maravilhoso Ele é”, “Amo Jesus mais que tudo em minha vida”, ... e Ele olharia para mim e você e diria...

- “O que vocês ouvem falar de mim por ai?”

Porque devemos erguer nossos olhos para além do já vemos e tentar enxergar isso?
Abrir nossos ouvidos para escutar o que dizem sobre aquele que já pensamos saber tanto?

Entendo o questionamento de Jesus para os dias de hoje como sendo um alerta para o perigo que corremos ao nos isolarmos em nosso mundinho religioso, nos protegendo das mazelas do mundo, onde jaz o malígno, conseguimos viver razoavelmente confortável.

 - “O que vocês ouvem falar de mim por ai?”

Como poderemos saber se não saímos de nosso gueto?
Se nos fechamos em nosso “chat” como saberemos o papo que rola lá fora a respeito daquilo que cremos?

Se o que andam falando sobre Jesus é algo muito distante do que Ele é não é também resultado de nosso distanciamento deles?

O papo com o mestre avança, ele nos dá um tempo para sairmos e perguntarmos por ai...
Voltamos e podemos dizer:

-“Uns dizem que você é um produto de uma fé ilusória, que existe apenas para alimentar nossa esperança em algo e fugirmos de nossa co-responsabilidade enquanto no mundo, outros parecem o ter como provedor de suas necessidades de conforto e luxo; há ainda os que utilizam seu nome para justificar ações violentas, injustas, legalistas e que beneficiam apenas a sí mesmos.”

Mas, fitando-nos nos olhos, com sua voz mansa e firme, perguntaria:


- “E para você, eu sou quem?”

Paulo Nailson

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