ESPECIAL - Reforma para quem precisa de Reforma
No dia 31 de outubro de 1517, há exatos 490 anos, o então monge agostiniano de 34 anos Martinho Lutero afixou as conhecidas 95 Teses à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. O reformador alemão seria excomungado quatro anos depois pelo papa Leão X, e a igreja não seria mais a mesma.
Pedro Álvares Cabral havia chegado ao Brasil dezessete anos antes, e ainda passariam outros dezessete até a fundação da primeira vila pelos portugueses no país -- São Vicente, em São Paulo. A primeira capital brasileira, São Salvador da Bahia de Todos os Santos, seria fundada 32 anos mais tarde.
Enquanto na Ilha de Vera Cruz aguardava-se por um clérigo para batizar e “salvar esta gente” (Pero Vaz de Caminha, em carta a Dom Manuel I, rei de Portugal), na velha Europa, entre 1500 e 1549, sete papas passaram pelo Vaticano.
Em sua História da Evangelização do Brasil, Elben César apresenta três períodos diferentes da evangelização em terras brasileiras, que teve início no ano da Reforma Protestante: nos séculos 16, 17 e 18, os missionários católicos “cristianizaram” o país; no século 19, os missionários protestantes “evangelizaram” o país; e, no século 20, o missionários pentecostais “pentecostalizaram” o país.
É fácil perceber que não inventamos a roda. Somos filhos (alguns, netos) da Reforma. E Reforma lembra o resgate das convicções básicas da fé cristã, da necessidade “não de santos beatificados e canonizados depois de mortos, mas de santos vivos, audíveis e visíveis, nos templos, na mídia e na sociedade”. A igreja é reformada, mas está sempre precisando de reforma.
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