SAÚDE: EFEITOS COLATERAIS

Aquelas desagradáveis ondas de calor e outros sintomas da menopausa podem ser considerados vantagem para algumas mulheres: pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center descobriram que mulheres que sentiram as tais ondas podem ter 50% menos risco de desenvolver câncer de mama do que mulheres que nunca sentiram nada.


O efeito protetor parece aumentar conforme o número e a intensidade dos sintomas da menopausa, de acordo com o autor do estudo, o epidemiologista Christopher Li, do Hutchinson Center's Public Health Sciences Division.

"Descobrimos que mulheres que sentiram as mais intensas ondas de calor, que chegavam a acordar à noite por isso, tiveram um baixo risco de câncer de mama", explicou o pesquisador, que suspeitou da ligação entre os sintomas de menopausa e o risco de câncer de mama por causa do papel dos hormônios estrogênio e progesterona na maioria dos tipos de câncer de mama e a redução desses hormônios causada pela gradual parada da função ovariana, com impacto na frequência e a intensidade dos sintomas da menopausa.

De fato, os pesquisadores encontraram de 40% a 60% de redução no risco de carcinoma ductal invasivo e carcinoma lobular invasivo - os dois tipos de câncer de mama mais comuns - entre mulheres que sentiram ondas de calor e outros sintomas. A associação entre os sintomas e a diminuição do risco de câncer não mudou mesmo depois de os pesquisadores levarem em conta outros fatores como obesidade e o uso de terapias de reposição hormonal.

Para o estudo foram entrevistadas 1.437 mulheres no período pós-menstrual sendo que 988 já tinham sido diagnosticadas com câncer de mama e 449 não tinham diagnóstico, para servir como grupo de comparação. As mulheres responderam sobre sintomas como ondas de calor, suores noturnos, insônia e secura vaginal, além de fluxo menstrual intenso ou irregular, depressão e ansiedade.

"Se estas descobertas forem confirmadas, podem melhorar nosso entendimento sobre as causas do câncer de mama e as maneiras de prevenir a doença", disse o pesquisador.


Fonte: O Globo

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