Vampiros de almas coletivas

Desistir do bem é algo muito fácil neste mundo. Os salmos 37 e 73 nos mostram o processo. Quando quem lidera ou tem poder faz o que é mal, os demais perdem o ânimo. Então, o justo, na modéstia de seus passos, vai perdendo o alento. E, aquele que caminha sem tanta convicção, passa a invejar aquele que faz, faz, faz e nunca é punido; antes, é honrado.

A leitura do livro do Eclesiastes é mais que útil em dias como estes!

Quando o status do cinismo prevalece, as reações são muitas; e sutis. Desde o cinismo que se instala como câncer, à inveja que o ser bom passa a ter do mal-feitor — tudo corre como as torrentes de águas Destruidoras.

E o mal se torna tanto pior quanto mais se fale como cordeiro e se haja como o lobo. Daí a perversão do “ético” ser enormemente pior do que a do corrupto; pois destrói todas as referencias. No linguajar bíblico: “… remove os marcos”.

Isto sem falar nas vozes que olham para os céus e pensam que Deus enlouqueceu com a loucura dos malfeitores; ou que Deus mesmo não se preocupa com tais coisas.

“De que me serve Deus?” — pergunta a alma cansada.

Frequentemente tem-se que escolher entre poderes. E, nesse caso, a eleição para tal escolha deve contemplar, sobretudo, o fortalecimento daquilo que não abisma a alma nacional em estado de cinismo crônico.

E isto vai de atitudes pequenas, no âmbito de nossas vidas pessoais, passa pela “igreja” e vai até o Estado.

Caio Fábio D´Araújo Filho é amazonense. Entre 2001 e 2003, criou o Café com Graça, que veio a ser o experimento do que se tornou O Caminho da Graça, movimento que ele criou ao mudar-se para Brasília em 2004 e que tem crescido e se espalhado por todo o Brasil e fora dele. É também psicanalista clínico e escritor.

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