Papel de cidadão do Cristão Martyn LIoyd-Jones*

“Se a igreja fica sempre a denunciar algum seguimento particular da sociedade, ela estará fechando as portas da evangelização àquele seguimento. Todavia, se adotarmos o ponto de vista do Novo Testamento sobre essas questões, teremos de acreditar que os comunistas também têm uma alma que precisa ser salva, exatamente como a alma de quaisquer outros indivíduos. 

Por ser um pregador do Evangelho e representante da igreja, o meu dever é evangelizar a todas as variedades de classes de homens e mulheres.

Contudo, no instante mesmo em que a igreja começa a intervir nas linhas políticas, sociais e econômicas, ela já começou a atrapalhar-se, a entravar-se quanto à tarefa evangelizadora da qual foi incumbida por Deus.

A partir desse momento, ela não mais poderá dizer que "não conheço a alguém segundo a carne"; e, assim sendo, estará pecando.

Permita-se ao crente individual desempenhar seu papel de cidadão, e que pertença a qualquer partido político que for de sua preferência. Isso é algo que só ao indivíduo cabe decidir.

Todavia, como igreja que é, a igreja não pode intrometer-se e nem preocupar-se com tais questões. 

Nossa tarefa consiste em pregarmos o Evangelho, apresentando a mensagem de salvação a todos os homens. 

Graças a Deus, os comunistas são passíveis de conversão e salvação.

À igreja compete preocupar-se com o pecado, em todas as suas manifestações, e o pecado pode ser tão abominável em um capitalista, quanto o é em um comunista; pode ser tão abominável em um rico, quanto o é em um pobretão; pode manifestar-se em todas as classes, em todos os tipos e em todos os agrupamentos humanos.”


*Martyn LIoyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte, p. 144.

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