Grupo cristão auxilia refugiados do Iraque com mantimentos e ajuda humanitária


Portas Abertas envia ajuda vital para milhares de famílias cristãs que estão fugindo da violência.

Conhecido por monitorar a perseguição cristã no mundo, o grupo Portas Abertas está enviando comida, água e ajuda humanitária para cerca de 3.000 famílias cristãs que fugiram da cidade iraquiana de Mosul, que foi recentemente tomada por extremistas islâmicos que querem impor a Sharia (lei religiosa islâmica) na região.

"As necessidades imediatas foram muito óbvias - água e comida", disse um obreiro do Portas Abertas.

Ele acrescenta que "muitos dos refugiados, que foram colocados em escolas ou prédios vazios, estavam dormindo em um pedaço de papelão”, além de que “não havia colchões e travesseiros e com temperaturas atingindo 45° C durante o dia, surgindo uma terceira necessidade - refrigeradores de ar, especialmente importante para as famílias com crianças pequenas ou idosos”.

Os obreiros estiveram ministrando a refugiados perseguidos no Iraque por muitos anos, e agora estão ajudando as famílias que fugiram para a região curda do norte, onde é mais seguro.

Jihadistas do Estado Islâmico do Iraque, e o grupo Levante capturaram Mosul e grande parte da província de Nínive, no início deste mês, e agora estão visando o Iraque, atacando a capital com carros-bombas e outros explosivos. Estima-se que quase meio milhão de pessoas fugiu da violência.

A Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, informou que os insurgentes executaram pelo menos 160 prisioneiros ao norte da cidade de Tikrit. A descoberta veio depois de uma análise de imagens de satélite e fotografias divulgadas pelos militantes.

"As fotos e imagens de satélite de Tikrit fornecem fortes evidências de um crime de guerra horrível que precisa de uma investigação mais aprofundada", disse Peter Bouckaert, diretor emergências da Human Rights Watch.

Os militantes também podem ter assumido controle sobre grande parte da refinaria de petróleo de Baiji, a maior usina de transformação de petróleo bruto do Iraque. A cidade de Baiji fica a 130 quilômetros ao norte de Bagdá.

O governo dos EUA disse que não vai enviar tropas para combater diretamente os extremistas islâmicos, mas reforçou as forças de segurança na embaixada em Bagdá e em outras propriedades americanas.

Grupos de vigilância, incluindo o International Christian Concern têm expressado preocupação com a comunidade cristã no país, que encolheu de 1,5 milhões para algo entre 200 mil e 400 mil na última década.

Um crente cristão iraquiano descreveu o "pesadelo" nas ruas de Mosul, dizendo: "Todo mundo estava se mudando, as ruas estavam lotadas de famílias inteiras, a pé, no meio da noite”.

O refugiado, não identificado, acrescentou que ele, sua esposa e quatro filhos pequenos fugiram enquanto duas casas na sua rua foram atingidas por bombas e incendiárias.

O agente de campo do Portas Abertas comentou: "Quando você ouvir que as pessoas estão chegando sem comida ou água, tendo caminhado durante metade de um dia ou mais, com apenas um saco de plástico com seus pertences, você só quer ajudar. As pessoas podem viver um dia sem água, mas com este calor, é claro, era imperativo que precisávamos agir imediatamente".

O presidente do Portas Abertas, Dr. David Curry, falou com o Christian Post sobre a violência e a vulnerabilidade da comunidade cristã no Iraque.

"Ele (referindo-se ao grupo que se intitula Estado Islâmico do Iraque e Síria) tem lutado contra o governo sírio e por isso é parte desta série de países que está lutando contra terroristas islâmicos. O objetivo desse grupo, como acontece com outros grupos, é de introduzir a lei Sharia. Agora a Lei Sharia já foi proclamada pelo grupo no norte do Iraque em Mosul, que eles conquistaram, e sua agenda é clara”, disse Curry ao CP.

"Eles querem a criação de um regime que imponha a fé islâmica e suas regras mais extremas nas pessoas e isso vai afetar diretamente os cristãos que optam por praticar e que pretendem exercer a sua fé no Iraque".

O grupo Portas Abertas atua em mais de 50 países e tem a visão de fortalecer a Igreja Perseguida e apoiar os cristãos locais que vivem em territórios hostis, para que eles possam continuar a propagar o evangelho ao maior número possível de pessoas ao seu redor.

Fonte: The Christian Post

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