Calvino Rocha - INVISÍVEIS

Quem transita por grandes centros urbanos, cruza com diversos sem-tetos pelas calçadas. Não sabemos seus nomes, nem os motivos que os levaram a morar nas ruas e, pior ainda, não reparamos em seus rostos. Eles são invisíveis. Passamos indiferentes, como se as pessoas sentadas no chão e encostadas no muro fizessem parte da paisagem. Às vezes nos perturbamos, não com o drama das pessoas, mas com o cenário de mau gosto, mas apenas isto.

Assisti a um vídeo divulgado pela “NYC Rescue Mission”, que traz pessoas comuns que se dispuseram se vestir como mendigos e foram colocadas em locais por onde os seus familiares iriam passar. O vídeo é surpreendente, pois mostra que as pessoas passaram pelos seus familiares e não os notaram, não os reconheceram.

No entanto, quando as pessoas que passaram indiferentes pelos familiares tiveram acesso às imagens do filme, e conheceram a história por trás da história, tiveram reações bem diversas. Algumas ficaram envergonhadas, outras constrangidas e outras, ainda, emocionadas.

Enquanto via o pequeno filme comecei a me perguntar se em nossa cidade as coisas são diferentes. Será que temos percebido as pessoas carentes, sofridas, machucadas e abandonadas? Será que temos percebido as necessidades das pessoas que nos cercam ou estamos tão envolvidos com as demandas do dia-a-dia que nem conseguimos perceber o drama dos irmãos que se sentam ao nosso lado para cultuar a Deus?

Quando leio os Evangelhos e estudo a vida de Jesus, fico cada vez mais apaixonado por aquele Nazareno. Jesus não era indiferente à dor nem às necessidades das pessoas. Veja o que ele fez ao leproso ou à mulher com fluxo hemorrágico, ou ainda, à viúva de Naim. O jeito gracioso de Jesus precisa transformar a maneira como vemos as pessoas ao nosso redor. Precisamos ser tão doces, tão sensíveis e tão graciosos quanto o nosso Bendito Salvador.

Pr. Calvino Rocha

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