Heróis que nos maravilham

“Paulo queria apresentar-se à multidão, mas os discípulos não o permitiram. Alguns amigos de Paulo dentre as autoridades da província chegaram a mandar-lhe um recado, pedindo-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro”. (Atos 19.30-31)

Imagine um pânico! Pense em uma multidão pronta para linchar quem quer que se opusesse à suas demandas. Paulo pregara em Éfeso e sua mensagem foi recebida por um grande número de pessoas. Chegaram ao ponto de queimar os seus objetos de idolatria e livros de ocultismo em praça pública. Calculou-se o valor do que ardeu naquele sítio em aproximadamente umas cinqüenta mil moedas de prata. Demétrio, que negociava artigos religiosos incitou a cidade contra Paulo. O prejuízo seria ainda maior se permitisse que aquele pregador continuasse por perto. Ele reuniu uma multidão de aproximadamente vinte e cinco mil pessoas que gritavam sem parar que Diana, a deusa daquela cidade, era grande. O ódio religioso incendiava os corações com mais força que a fogueira que consumira os livros.

Quando Paulo viu a multidão, não pensou em salvar a própria pele. Sua reação imediata foi querer pregar para eles. Seu coração pulsou de alegria de poder falar a tanta gente ao mesmo tempo sobre o evangelho e sobre a pessoa de Jesus. Os seus amigos e alguns efésios pediram que não fizesse aquilo, mas se poupasse.

Acredito que precisamos urgentemente de pessoas com o calibre de Paulo. Carecemos de heróis que amem mais a sua missão que a própria vida. Vivemos dias em que o oportunismo impera. Nossa geração é conformada, dominada pelo comodismo. Faltam homens e mulheres com ideais, sonhadores que não se acovardam diante dos perigos, mas os contemplam como oportunidades para cumprir a vocação que queima no peito.

Quando leio sobre a obstinação e coragem de Paulo, peço a Deus que não permita que meu espírito se identifique com os pusilânimes. Eles não herdarão o reino de Deus.

Ricardo Gondim

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