“A minha candidatura é a única renovação para nossa cidade”, declara Erick Lessa
Dando continuidade à série de entrevistas com os
prefeituráveis na Nova FM (105,9), o Programa Ivo
Sutter/Presentia conversou com o candidato Erick Lessa (PR) na quarta-feira 24.
Durante uma hora de programa, o republicano discorreu acerca dos principais
temas que permeiam os rumos do município. Lessa, que é delegado conhecido por
atuar em operações de impacto no Agreste, garantiu que, se eleito, estará na
‘linha de frente’ nas questões da Segurança Pública na cidade de Caruaru.
Confira os principais trechos da entrevista
IVO SUTTER – Caruaru faz parte do Polo de Confecções do
Agreste, com uma economia voltada para a produção e comercialização de
materiais têxteis. Na sua opinião, a permanência da Feira da Sulanca no centro
pode comprometer a pujança econômica da cidade?
ERICK LESSA –Se continuar como está, eu acredito que pode,
sim. Nós estamos perdendo compradores para Santa Cruz do Capibaribe, para
Toritama, para Fortaleza. A infraestrutura da Feira da Sulanca, atualmente,
está muito deficitária. Nós não temos segurança, inclusive do ponto de vista de
risco de incêndio. Não temos banheiros – as pessoas usam banheiros químicos.
Todas as segundas-feiras eu estava trabalhando lá pelo Comando Presente na
condição de diretor do interior I. Porém, na última segunda-feira (22), eu
estive visitando a Feira da Sulanca na condição de candidato a prefeito. As
pessoas apontam inúmeros problemas.
Portanto, temos sim um projeto para a Feira da Sulanca. De
curto prazo, são medidas emergenciais de infraestrutura para reorganizar, de
modo que a Prefeitura Municipal entre com ações efetivas. A médio prazo, a
transferência da Feira. A longo prazo, a gente quer transformar aquele espaço
em um centro multicultural, com anfiteatro para apresentações artísticas e o
Centro de Convenções Municipal, para trazer o turista de negócios ao centro da
nossa cidade.
IVO SUTTER – A cidade possui diversos loteamentos
irregulares, deixando a população carente de serviços básicos. O senhor
acredita que a cidade precisa de uma reforma urbana que discipline as condições
de moradia, sobretudo para a população mais carente?
ERICK LESSA – Sem sombra de dúvidas, os loteamos – principalmente os irregulares
– trazem muito desconforto aos moradores. Eu estive, recentemente, no
Loteamento São José II, depois das Rendeiras. As pessoas se ressentem da
ausência de muitos serviços públicos. Para você ter uma ideia, eu estive com
uma senhora que me contou que trabalha no Bairro Mauricio de Nassau – nas
imediações aqui da rádio. Ela me disse que quando sai do trabalho e passa pela
Avenida Agamenon Magalhães vê sempre grandes caminhões-pipas aguando os
canteiros. Então, ela complementou: “Isso me traz muita tristeza, porque na
minha casa não tem sequer um encanamento para receber água”. Recentemente, eu
também estive no Loteamento João Barreto. Por volta das 20h, quando saíamos da
reunião, as pessoas que estavam comigo me comunicavam que estavam assustadas. A
falta de iluminação é muito grande, assim como a falta de pavimentação. Imagine
como as pessoas que moram lá estão sendo tratadas pelo poder público municipal!
Caruaru tem aproximadamente 6 mil ruas, destas aproximadamente 1.200 não são
calçadas. Porém, destas, algumas constam na Prefeitura como se fossem calçadas!
Antes de tudo, precisamos compreender a cidade, regularizar, definir o Plano
Diretor – que era para ter sido atualizado há mais de dois anos e não o foi. É
preciso pensar a cidade olhando para o futuro. Não podemos pensar a cidade
olhando para trás. Nem para o presente. O presente está muito difícil. As
pessoas que habitam em loteamentos estão sofrendo com o descaso da
administração municipal para com eles. Os problemas são inúmeros e vamos
enfrentá-los.
IVO SUTTER – A Segurança Pública é de atribuição do Governo
do Estado. Porém, Caruaru possui a Guarda Municipal, que conta com um efetivo
de 39 profissionais. Segundo o IBGE, o município possui 347.088 habitantes. A
proporção é de 8.899 habitantes para um guarda municipal. Esse efetivo é suficiente?
O que o senhor pretende fazer para minimizar a insegurança do cidadão?
ERICK LESSA –Quero falar a você que está em casa: eu conheço
profundamente deste assunto. Eu vou cuidar, pessoalmente, a partir de 1º de
janeiro de 2017 – se Deus e o povo de Caruaru me permitirem chegar à Prefeitura
– para trazer um novo projeto. Pode ter certeza, eu vou cuidar pessoalmente
disso com algumas medidas. Você falou bem. Conforme o artigo 144 da
Constituição Federal, Segurança Pública é “dever do Estado”, mas “direito e
responsabilidade de todos”, inclusive do Poder Público Municipal. Inclusive da
União também – senão, a União não teria a Polícia Rodoviária Federal e a
Polícia Federal. A Guarda Municipal é um equipamento extremamente importante.
Nós vamos fortalecer a Destra e transformá-la em uma Secretaria de Segurança
Pública. Eu vou cuidar pessoalmente disso. Vou colocar uma pessoa do ramo, que
conheça da matéria, para ser secretário. Nós vamos, nos quatro anos de governo,
quadruplicar o quadro funcional dos guardas municipais. Temos 39 guardas,
porque três ou quatro entraram agora por decisão judicial. Nós vamos
quadruplicar esse efetivo, ficando com cerca de 140 guardas. Vamos levar a
Guarda Municipal para a área rural de Caruaru. A área rural não se ressente
apenas de falta de água e de calçamento, mas se ressente – e muito – de falta
de segurança. Nós vamos criar quatro bases da Guarda Municipal nos quatro
distritos de Caruaru e transformar Caruaru na cidade monitorada. É preciso usar
de inteligência, de criatividade, de inovação. Nós vamos colocar câmeras de
vídeo-monitoramento que captem as placas de carros e motos nas entradas e
saídas de Caruaru. Assim, se houver alguma queixa de furto ou roubo, teremos
essa informação instantaneamente. Na zona rural, colocaremos os guardas
municipais para servir de base de interação entre a comunidade da zona rural e
as outras instituições de Segurança Pública. O problema não é simples de
administrar, mas é preciso que a Prefeitura tenha alguém com profundo
conhecimento no assunto. Nós temos esse conhecimento e vamos revolucionar a
Segurança Pública em Caruaru.
IVO SUTTER – Nos últimos anos, Caruaru desenvolveu-se no ponto de vista
educacional, sobretudo por causa das instituições de ensino superior. No
entanto, fortalecer a Educação Básica continua sendo um desafio, desde o
déficit na quantidade de creches às dificuldades estruturais no Ensino
Fundamental. Há algum projeto que valorize a formação das crianças
caruaruenses?
ERICK LESSA – Caruaru hoje tem aproximadamente 20 mil alunos
no Ensino Superior, mas a Educação Básica é a principal atribuição do Poder
Público Municipal. Nós temos uma proposta muito clara para a Educação em
Caruaru. É preciso pensar na demanda por creches. O Ministério Público inclusive
assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Poder Público Municipal,
condicionando o poder público a instalar quatro novas creches. Porém, só foi
instalada apenas uma. Há quem diga que há aproximadamente 8 mil crianças
esperando por vagas em creches e há um cadastro de aproximadamente 2 mil
crianças esperando vagas em creches. Precisamos, sim, avançar – e muito – nas
medidas que precisam ser tomadas no que diz respeito à Educação.
Temos cerca de 120 escolas em Caruaru. Não dá para ter
alunos estudando nos anexos, que são desestruturados, sem refrigeração, sem
merenda escolar adequada. São inúmeros problemas!
Precisamos pensar em eleições diretas para gestores
escolares, para efetivamente democratizar a Educação em Caruaru. Queremos abrir
escolas de gestão para preparar os educadores que, em seguida, sejam submetidos
ao crivo da própria escola por meio da eleição.
Temos também uma medida chamada PROAME – Programa de
Avaliação Municipal da Educação. Já temos o IDEB (Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica), medido de dois em dois anos, apenas Matemática e Português.
Nós queremos medir todas as matérias, todos os anos, e estabelecer uma meta. Se
a meta for atingida, 14º salário para os professores. Há recursos para isso.
IVO SUTTER – Não se pode falar de Educação sem mencionar as
condições de trabalho dos professores. O seu governo procurará estabelecer um
diálogo aberto com a categoria, favorecendo quesitos como salário, carreira,
condições e efetivação profissional?
ERICK LESSA – Eu sou servidor público. Eu sei o que é um
servidor público motivado. O professor das escolas municipais, se motivado,
dará aulas muito melhores. Assim, nossos filhos terão uma instrução mais
adequada. Para isso, é preciso motivar os professores. Porém, não dá para
resolver as questões do servidor público nos gabinetes. O secretário não pode
conduzir sozinho esse processo. É preciso que o prefeito o conduza, com diálogo
com o professor. A Educação é a base de tudo.
Talvez o maior ‘calo’ da administração atual seja o Plano de
Cargos e Carreiras dos professores, que foi enviado em 2013 sem a ausculta da
categoria. A grande maioria dos vereadores votou sem ler o Plano. Nós queremos
nos reunir com os professores, revisar o Plano e chegar a uma conclusão em comum,
de forma clara, sincera, transparente e verdadeira.
Também queremos aproximar o salário do contratado com o
salário do concursado. O contratado ganha um salário mínimo enquanto o Piso é
mais de R$ 2 mil. É necessário, gradativamente, fazer essa aproximação.
IVO SUTTER – Salta aos olhos a crescente quantidade de
veículos que circulam pelas ruas da cidade, o que muitas vezes dificulta o bom
andamento do trânsito. Vias estreitas, calçadas irregulares, ausência de
acessibilidade provocam estorvos para pedestres e condutores. De que forma o
trânsito pode ser melhor ajustado no município?
ERICK LESSA – Você, que está me ouvindo, sabe da dificuldade
do trânsito em nossa cidade, principalmente nos dias de Sulanca. A cidade fica
abarrotada de veículos, pois nossas vias não são adequadas para a quantidade de
veículos que Caruaru tem. Nós temos, aproximadamente, 150 mil veículos, entre
motos e carros. Isso gera muitos acidentes, principalmente com motocicletas.
Para a mobilidade urbana, a gente pensa em implementar
corredores de trânsito, sejam eles de ônibus, motos e táxis. Outras medidas
devem ser pensadas, como fazer um grande calçadão no centro da nossa cidade.
Por exemplo, o trânsito na Rua Duque de Caxias foi fechado por um dia –
inclusive, essa ideia a gente já estava trazendo nos nossos debates e
entrevistas.
Outra coisa: não dá para ter terminal de ônibus no centro da
nossa cidade. Naquele setor próximo aos bancos, há um terminal de ônibus! Esses
ônibus parados trazem dificuldades ao trânsito. Os pontos finais, como são
conhecidos, devem ser levados aos bairros. Além disso, a gente quer criar o
Centro de Integração, para que o trabalhador pague apenas uma passagem para ir
ao trabalho e outra para voltar, não duas ou três. É preciso pensar em
acessibilidade. As pessoas que têm dificuldade de locomoção e mobilidade sofrem
muito com as calçadas e com a estrutura de nossa cidade.
IVO SUTTER – Conhecida mundialmente devido à sua diversidade cultural, boa
parte dos artistas da cidade reclamam da falta de estrutura para desenvolverem
seus trabalhos. Em Caruaru, há eventos demais e base cultural ‘de menos’? É
necessário tornar a cultura um setor economicamente ativo?
ERICK LESSA – Com certeza, é preciso criar uma estrutura básica de turismo,
para explorar o potencial que Caruaru tem, em âmbito estadual e nacional. Nós
temos um celeiro de artistas. Precisamos entender todo o potencial que Caruaru
tem. É preciso desenvolver um guia turístico. Sobre o São João, por exemplo, a
grade de programação é divulgada poucos dias antes da festa. É preciso que essa
organização seja feita com antecedência. É preciso ter transparência, divulgar
como se captam os recursos, quanto está sendo gasto. Não é pra saber através de
pesquisas de jornalismo investigativo. Queremos reativar o festival de
fogueteiros e baloeiros. Isso é valorizar os artistas locais. Não dá pra
valorizar os artistas de âmbito nacional e tratar os artistas da terra de forma
desigual. Queremos reestruturar o Alto do Moura.
IVO SUTTER – Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
SUS é o acesso do paciente aos equipamentos de saúde. De que maneira o poder
municipal pode se inserir neste contexto, favorecendo os pacientes no que
concerne aos cuidados médicos?
ERICK LESSA – É preciso compreender que o SUS é custeado
pelos três entes federativos – União, Estados e Municípios. A competência da
Saúde Básica é do Município. Em Caruaru, temos aproximadamente 65 Unidades de
Saúde da Família (hoje em dia chamadas de Estratégia de Saúde da Família).
Destas, 45 na zona urbana e o restante na zona rural. Queremos promover uma
caravana, um ônibus com médicos e dentistas para atender na zona rural. É
preciso priorizar a gestão pública da saúde, introduzindo novos modelos de
administração, humanizada, com capacitação profissional.
Queremos implementar um programa chamado Saúde em Casa, que
consiste na entrega de medicamentos, coleta de exames e entrega de resultados
de exames na residência das pessoas que têm dificuldade de locomoção.
Além disso, queremos tratar a saúde do servidor, com
ginástica laboral nas suas atividades. Queremos atender a mulher de Caruaru. A
gestante não sabe onde vai ter seu filho, sendo necessário às vezes ir ao
Recife para ter seu filho. É preciso garantir um acompanhamento pré-natal e
pós-parto.
IVO SUTTER – Caruaru tem áreas ambientais a serem preservadas, desde Serra dos
Cavalos ao Rio Ipojuca. Como conciliar o desenvolvimento do município com o
cuidado ambiental?
ERICK LESSA – Veja bem. É preciso entender o potencial
criativo e tecnológico de Caruaru, como uma fonte permanente. Temos um ambiente
como Serra dos Cavalos, onde estive no último domingo com meu candidato a vice,
Sandro Vilanova – que é da Rede Sustentabilidade, um partido novo, que Marina
Silva já confirmou o apoio à nossa candidatura. Temos de ter a noção de
desenvolvimento com sustentabilidade.
Vamos criar o programa ‘Universitário Empreendedor’, visando
a estimular recém-formados a inserir-se no mercado de trabalho. Reestruturar e
dar suporte ao Distrito Industrial. Precisamos fortalecer o Polo Têxtil do
município e, conciliando isso com medidas de meio ambiente e sustentabilidade.
Vamos criar a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Não dá para o
Meio Ambiente ser tratado como uma diretoria, uma parcela da URB, como é hoje
em dia. É preciso tomar medidas claras pensando nas gerações futuras e
incrementando a sinergia da Secretaria do Meio Ambiente com as demais
secretarias. Vamos criar também o IPTU Verde, que credencia o contribuinte com
questões como acessibilidade e padronização de calçadas e plantar uma árvore.
Vamos transformar Caruaru em uma cidade verde, realizando podas de árvores com
uma equipe de técnicos e biólogos. Vamos criar as farmácias verdes,
incentivando o tratamento fitoterápico complementar. Temos um compromisso com o
desenvolvimento urbano e também com o meio ambiente da nossa cidade.
PERGUNTAS DO PROFESSOR
URBANO SILVA – Minha pergunta é em relação à questão
cultural. Nós temos um calendário de eventos com 30 dias de São João e 11 meses
sem nada. Qual o projeto do senhor em relação à nossa cultura?
ERICK LESSA – Pergunta muito importante. Nós temos um
celeiro cultural impressionante em Caruaru, cidade cantada e decantada
internacionalmente em aproximadamente 1.200 músicas. Queremos implementar um
Guia Turístico oficial em Caruaru, de forma digital e impressa. Queremos
informar melhor o potencial turístico de Caruaru. Temos um projeto chamado
‘Caruaru Cartão Postal’ para apresentar isso ao trade turístico.
A gente quer fazer um incentivo aos artesãos. Queremos
incentivar a produção, o design e a criação artesanal, aumentando a qualidade
dos produtos e a renda das famílias que vivem desse comércio.
Queremos olhar para o São João de Caruaru com ajustes.
Também queremos explorar melhor o potencial de Caruaru durante a Semana Santa;
criar a Feira Literária de Cordel; entre outras medidas para a nossa cultura.
URBANO SILVA – Sua candidatura é vista como uma
possibilidade de renovação. Como será seu relacionamento, como futuro prefeito,
com a Câmara de Vereadores e os secretários?
ERICK LESSA – A pergunta é muito propícia, pois [minha
candidatura] traz realmente a possibilidade de renovação. Caruaru está há 34
anos com três pessoas se revezando no poder. Parece a ‘passagem do bastão’ das
Olimpíadas! Estamos no 18º do mesmo prefeito na nossa cidade. Ele quer colocar
o vice. Outro prefeito, que passou oito, quer colocar a filha. Outro, que
passou oito, quer voltar. Ou seja, não há uma renovação, a não ser a nossa
candidatura. A minha candidatura é a única renovação para nossa cidade. Se a
gente quiser mudar, a mudança virá com o novo, não com os mesmos nomes ou
sobrenomes. As pesquisas apontam que estou em segundo lugar, empatado tecnicamente
com outra candidata, que está em segundo. Tenho chances reais de chegar ao
segundo turno e vencer as eleições.
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