“Por mais que o movimento LGBT esteja fora do padrão bíblico, eles não devem ser desrespeitados”, declara ‘Irmão Lucena’

Jénerson Alves

Membro da Igreja Batista Rhemaná, há 13 anos o irmão José Lucena Gomes atua na orientação da área da família cristã. Em entrevista, o “Irmão Lucena”, como é mais conhecido, fala sobre a necessidade de a igreja destacar a pureza da família como propósito de Deus. Além disso, comenta acerca do embate ideológico entre cristãos e o movimento LGBT. Ele concedeu essa entrevista na noite do sábado, 13, durante evento ocorrido na Igreja Batista Emanuel em Caruaru (Rendeiras). Confira:


Atualmente, a família está cada vez mais sendo fragmentada. Qual a importância de a igreja voltar seus olhos para essa temática, nesse contexto?

Eu acredito que a igreja é o principal elemento, ou seja, a instituição com maior condição de favorecer um bem-estar para a família, na minha opinião. Como as igrejas são formadas por pessoas e por famílias, é importante que as igrejas tenham uma atenção toda especial para as famílias. Em nosso contexto social, a igreja defende o princípio de Deus sobre a família, como está na Bíblia, de forma a manter essa família ajustada, enquanto a sociedade atual, principalmente no Brasil, através dos meios de comunicação, está agredindo as famílias com conceitos que não são bíblicos. Isso pode causar uma deformação na formação da família. Aí vejo a necessidade de a igreja não apenas intervir nessas agressões, mas também formando um caráter cristão nas famílias.Essa formação trará, sem dúvida, um equilíbrio para as famílias, fazendo com que os integrantes delas se tornem cidadãos melhores.

Há uma polarização entre os evangélicos e o movimento LGBT, com intolerâncias de ambos os lados. Qual a sua opinião sobre esse cenário?

Olhe, é lamentável que estejamos vivendo esse contexto. Por trás de todo esse cenário, existe uma atuação muito forte do inimigo maior do ser humano, que é o diabo. Cada vez mais, esses insultos estão crescendo. As pessoas que fazem parte desse movimento estão fora do padrão bíblico. Quem ler a Bíblia, vai perceber que o padrão bíblico é outro. A igreja mantém esse padrão. Existe essa intolerância por ambas as partes. É necessário ter um equilíbrio. Cada um deve viver o seu contexto sem agredir o contexto do outro, porque, por mais que o movimento LGBT esteja fora do padrão bíblico, eles não devem ser desrespeitados como seres humanos. A igreja sabe que eles devem ser amados e tratados com respeito. Essa deve ser a visão dos evangélicos, do contexto cristão.

Existem outras formas de comportamento cristão que hoje estão sendo colocadas como fora de moda, a exemplo da virgindade e do divórcio. A igreja tem sido leniente com esses dois aspectos?

A igreja precisa se manter dentro do padrão bíblico. Se a Bíblia levanta uma importância na questão da virgindade, a igreja deve continuar com a mesma visão. No contexto do divórcio, há um ponto a ser discutido. O divórcio foi permitido por Deus, por causa da dureza do coração do homem. Então, de certa forma, Deus não instituiu o divórcio, mas permitiu a existência. Então, isso deve ser aceito por parte da igreja. Porém, a igreja deve trabalhar com as famílias e os casais para que ninguém chegue à necessidade do divórcio.  Afinal, quando a Bíblia fala da “dureza do coração”, está falando sobre a incapacidade de perdoar. Havendo um amor de sublimidade tal que nos dê a capacidade de perdoar, não há a necessidade do divórcio.

Qual deve ser a postura da igreja quanto à pornografia, sobretudo no que diz respeito à orientação dos jovens?

Isso (a pornografia) leva a um distúrbio psicológico no aspecto sexual de qualquer ser humano e, portanto, deve ser evitada. O acesso à pornografia e o caminho dela leva ao pecado. A igreja tem de ensinar o crente que ele deve evitar cometer o pecado. Nós, seres humanos em geral, não somos dotados de capacidade para lutar e vencer o contexto da pornografia. Se nos voltarmos para isso, seremos levados a tropeçar. Por isso, é preciso evitar.

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