Ministério resgata mais de 700 vítimas do tráfico sexual

Em junho, a CNN produziu um documentário que conta histórias de famílias pobres no Camboja que são reféns do tráfico sexual. Sem recursos para manter os filhos, mães acabam comercializando suas filhas virgens por alguns dólares.
Um dos casos relatados foi Sephak, de 13 anos, que foi vendida pela mãe por 800 dólares. A mãe, Ann, afirma que vendeu pelas dívidas da família acumuladas e que era a única forma de se ver livre do problema.
O pastor Don Brewster, líder do Ministério Internacional Ágape, contou como ocorreu. “Ela foi levada para um hospital, recebeu um certificado que confirmava sua virgindade e foi levada para um quarto de hotel onde foi estuprada por dias. Ela voltou para casa depois de três noites”.
Ann, a mãe da jovem de 13 anos que foi vendida, se arrepende do que fez. Depois da adolescente perder a virgindade, foi forçada a trabalhar em um bordel. Mas, atualmente, vive uma rotina diferente como voluntária do ministério missionário.
“Hoje eu sinto muito mais estabilidade do que antes. Agora eu tenho um trabalho decente. Eu realmente quero que outras pessoas tenham o tipo de trabalho que tenho”, disse a jovem, que produz utensílios e roupas para pessoas em situação de fragilidade.
Ela comentou o fato de ter sido vendida pela própria mãe. “Elas não têm dinheiro, então fazem suas filhas trabalharem. Mesmo agora, vejo muitas mães que não entendem os sentimentos de suas filhas. Elas não entendem que suas filhas têm corações, que sofrem”, afirmou.
Don ainda afirma que a situação é crítica no Camboja, especialmente em uma vila chamada Syay Pak, que reúne pescadores próximos a capital do país, Phnom Penh.
“Quando falamos sobre o tráfico sexual infantil, este é um epicentro. Quando chegamos a Svay Pak, o índice era de 100% — se você fosse uma garota nascida aqui, você seria traficada. Hoje a taxa é inferior a 50%”, contou.
O pastor, que está no país desde 2005, diz que decidiu ajudar após conferir uma reportagem. “As crianças que eu dei as mãos e vi correndo pelas ruas não estavam apenas tentando sobreviver à pobreza. Muitas viviam no inferno, sofrendo torturas. Eu não podia acreditar que tudo estava bem debaixo do meu nariz”, afirma.
por Tiago Abreu
GospelPrime

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