“O jovem hoje não é tão comprometido com Cristo como nos anos 70”, diz pr. Jaime Kemp


Missionário no Brasil desde 1967, o pastor norte-americano Jaime Kemp iniciou seu ministério discipulando jovens e levando o Evangelho em praças, igrejas, cadeias e até mesmo no Congresso Nacional.

Um ano mais tarde, ele deu início ao movimento pioneiro na produção de música cristã no Brasil: a banda Vencedores Por Cristo, conhecida também como VPC. Depois de passar a liderança do ministério de adoração e evangelismo para jovens brasileiros, Kemp passou a se concentrar em seminários voltados ao casamento e à família.

“Nós estamos ministrando em todo o Brasil. A nossa igreja é o Brasil”, disse ele em entrevista ao Guiame durante a 5ª edição da FLIC.

Na visão de Kemp, existem muitas diferenças entre a geração jovem dos anos 1970 e dos dias atuais. “Quando chegamos no Brasil, há 50 anos, os jovens namoravam em casa, por exemplo. A maioria dos rapazes não tinha carro, mas hoje em dia a juventude tem carro. Isso é bom e ruim. Bom porque é um avanço poder ter um carro, porém existe a parte negativa, que é levar a ‘gatinha’ para não sei aonde”, comentou.

O pastor explica que este é o tipo de circunstância que resulta num problema muito comum entre os jovens — o sexo pré-conjugal. “Cerca de 52% dos jovens criados na igreja evangélica já tiveram relação sexual e muitos são sexualmente ativos. A juventude dos anos 70 era muito mais séria”, compara.

“Por exemplo, com o conjunto Vencedores Por Cristo nós viajávamos pelo país de Kombi. Hoje em dias os conjuntos querem viajar de avião e se hospedar num hotel — nunca ficamos em hotéis, ficávamos nas casas dos irmãos. Cada membro do conjunto tinha que pagar uma parte da sua despesa. Houve muito mais seriedade e disposição para sacrificar”, acrescentou.

“Há mudanças positivas, não quero ser negativo, mas eu creio que o jovem não é tão comprometido com Cristo como era nos anos 70, 80 ou quem sabe 90”, completou.

O que falta para os jovens serem alinhados em Deus, para Jaime, se resume em uma palavra: modelos. “Às vezes os nossos próprios pastores não são modelos. Existe pastor que se divorcia de sua mulher e continua pastoreando a igreja. A juventude olha para Brasília, por exemplo, e enxerga vários setores de corrupção. Estamos com um problema de modelos”, avaliou.

Além disso, o pastor afirma que é necessário ter mais seriedade no discipulado e na oração. “Existe muito ‘oba-oba’: vamos lançar isso, divulgar aquilo, fazer farra, duas horas de louvor — não sou contra o louvor, afinal de contas começamos isso com o Vencedores Por Cristo. Porém pegar uma apostila e aprender sobre a Bíblia, de sexta-feira à domingo, não tem muita gente que quer. Exige muito esforço, dedicação e sacrifício. Exige mais comprometimento”.

Fonte: Guia-me

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