Nasce um novo Brasil

Resultado de imagem para foto de jaelcio tenório“A maior manifestação depois das Diretas Já, de 1984”. Foi assim que o Instituto Datafolha definiu a movimentação ocorrida em todo o Brasil no último dia 15. É bem verdade que essa análise pode parecer ufanista, mas é inegável que estamos vivenciando um período importante da História do Brasil, com desdobramentos ainda difíceis de prever. Como se sabe, os manifestantes pediram o fim da corrupção, com um claro posicionamento antipetismo. Uma minoria ainda chegou a falar sobre intervenção militar.

Mesmo com o clima de tensão política que há no País, é possível enxergar a luz da democracia. De uma maneira geral, todo o movimento que aconteceu no domingo foi pacífico. A quantidade de prisões registradas foi muito pequena, comparando-se ao número de pessoas presentes nas marchas. A própria imprensa registrou momentos de confraternização entre os manifestantes e a Polícia Militar.
Não quero entrar nas polêmicas envolvendo os números de participantes nas mobilizações. Considero essa discussão de pouca importância. O certo é que estamos diante de uma sociedade que, mesmo de maneira difusa, busca maior participação nas decisões políticas. Estamos percebendo que a população não quer ficar alheia às pautas que norteiam tribunas agendas condutoras do País.
Acredito que a classe política deve (e vai) ser mais sensível a essa onda que acontece no Brasil. A população está de olho e, a seu modo, enxerga as contradições. Adotar o slogan ‘Pátria Educadora’ e depois cortar recursos gera revolta. Do mesmo modo, geram repulsa os casos de corrupção que vêm à tona; as medidas econômicas implementadas; a elevação de valores de energia e combustível, por exemplo.
Não podemos pensar que em Caruaru a situação seja diferente. É bem verdade que a Capital do Agreste não fez parte da programação oficial do movimento ‘Vem pra rua’, mas sabemos que 25 pessoas fizeram um ato na Avenida Agamenon Magalhães. O que chama a atenção é que, me parece, para o caruaruense, as pautas nacionais não são mais importantes do que as locais. Pelo Facebook, não é difícil encontrar internautas criticando os rumos da nossa terra.
Com que olhos os munícipes enxergam os poderes constituídos em nossa cidade? Como Vossas Excelências acreditam que a população avalia o fato dos parlamentares que estão afastados desta Casa ainda receberem salários? Como a sociedade avalia o Poder Executivo, no que diz respeito à cobrança do IPTU? De que forma a sociedade está encarando o processo de transferência da Feira da Sulanca? Tudo isso são questões que precisam ser levadas em consideração, não somente por esta Casa, mas por toda a classe política. Estamos passando por um momento de profunda mudança no exercício da cidadania, de modo que não podemos esquecer a missão do agente político: garantir o bem comum, enaltecer a democracia. Esse horizonte é nobre enquanto vocação. Não nos esqueçamos do acalento que o eterno educador Rubem Alves dizia: “A vocação política é transformar sonhos em realidade”.
Jaelcio Tenório Vereador - discurso na Tribuna em 17/03/2015

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