Seminário vai discutir “decadência e morte do capital afetivo”


“Decadência e morte do capital afetivo: pragmatismo ético e erotismo cultural na sociedade pós-afetiva”. Este é o tema de discussão do VI Seminário Interdisciplinar que vai acontecer de 19 a 20 de dezembro em Goiânia (GO). O palestrante oficial é o sociólogo e teólogo Anderson Clayton Pires. 

O evento acadêmico pretende reunir conselheiros e profissionais que prestam ajuda terapêutica (nas áreas de psicologia, psiquiatria e aconselhamento).

O programa consiste em uma aula (leitura comentada de um artigo inédito, feita pelo próprio autor) dividida em três partes:

Parte 1: dia 19/12 (sexta-feira) das 18h30m às 22h30m; 
Parte 2: dia 20/12 (sábado) das 9h às 12h30m; 
Parte 3: dia 20/12 (sábado) das 18h às 22h30m.

As vagas são limitadas e os contatos para inscrições podem ser feitos pelos seguintes telefones e e-mails: (62) 8211-7299 (Tim) / (62) 9968-1896 (Vivo) / (62) 8454-7045 (Oi) / (62) 9149-8455 (Claro) / seminariointellectus@gmail.com / FACEBOOK: Timoteo Madaleno (timoteo.psi@gmail.com)

Leia a seguir um resumo teórico da proposta do evento escrito por Claudio Ivan de Oliveira, pastor luterano, professor e psicólogo:

“Desde a filosofia da existência de Nietzsche até o seu desdobramento psicanalítico na interpretação da cultura que Freud faz do mundo ocidental, no início do século XX, a vida humana vem sendo pensada, cada vez mais, como um modo de pulsão da vontade que deve seguir seu curso bio-instintivo mais primitivo. É assim que Aldous Huxley nos apresenta o ser humano no Admirável Mundo Novo. Essa é a definição materialista-biologizante da liberdade. Sem qualquer norma moral de orientação da conduta humana, a “liberdade sem metafísica” [dos indivíduos] trouxe a gratificante sensação aos mesmos de estarem se apropriando da possibilidade tanto da privatização do desejo erótico-determinante quanto da concessão da chancela de uma realização autorreferente para afirmação identitária da plenipessoa (o sujeito auto-integrado em sua totalidade).

Freud esboçou um sistema teórico (tentativa que fracassou) com a pretensão de compreender o funcionamento psíquico do indivíduo tripartido (“em três Eus”, usando as palavras de B. F. Skinner). Essa compreensão, contudo, não considerou que a "base fundamental" da existência humana não pode consistir redutivelmente na concepção de "vida hedofílica", mas na existência baseada na socialização dos afetos significativos que empresta sentido transcendente e terapêutico à vida do indivíduo integrado em sua biossocialidade. Sem isso ele adoece em sua estrutura biopsicossocial. A alienação intersubjetiva se torna, portanto, um componente propulsor da formação de inúmeras “psicopatologias coletivas” na neomodernidade. A decadência e morte do capital afetivo é o principal "efeito colateral" com maior visibilidade nesse cenário ontológico lúgubre que estamos vivenciando hoje". É sobre isso que queremos refletir.” 

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