Gióia Jr - Para a Glória de Deus.

Para a Glória de Deus é que em noites geladas
E em cinzentas manhãs e frias madrugadas
Meus versos tenho escrito, eis a grande verdade…
Que não haja em minh’alma a mínima vaidade…
Que vaidade teria a estrela no seu lume
E o mar em seu poder e a rosa em seu perfume?
Tu me deste, Senhor, a lira que dedilho
Para que eu glorifique o nome do Teu Filho
E O proclame aos mortais e O bendiga e O enalteça…
Faze que eu diminua a fim de que Ele cresça!
Dá que eu possa vencer a condição humana
E me afaste Senhor, desta estrada profana
Que engana e desorienta e desatina e ilude
E corre para o vício e foge da virtude!
É senhor que a poesia tenha sempre um fim.
Deve o poeta fugir da torre de marfim
E sofrer com o povo… E sentir mais e mais
As negras aflições dos problemas sociais.
As estrofes, bem sei, não serão menos belas
Se trouxerem nos pés a lama das favelas…
E os versos não serão, por certo, menos nobres
Se exigirem o pão para os meninos pobres…
Hoje em dia se pede ao poeta que não sonhe,
Que não fuja da terra e jamais se envergonhe
De dizer a verdade… É mistério que a poesia
Seja mais realidade e menos fantasia.
Tu me deste, Senhor, esta lira modesta
A fim de que eu mostrasse em cânticos de festa
Que devemos deixar todos os outros alvos
Para encontrar a cruz onde nós somos salvos…
Não pela nossa glória ou pela nossa luz
Mas pela expiação do sangue de Jesus!
Há quem cante o prazer e as delícias da terra!
Há quem chame as nações para os males da guerra!
Há daqueles, também, de fronte coroada
Que escrevem muita coisa e que não dizem nada…
E eu? Que posso dizer dos pobres cantos meus?
Meus versos escrevi para a Glória de Deus!
Você escuta este poema 
na voz do próprio autor
Gióia Jr
na rádio presentiaonline

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