Calvino Rocha - “O HOMEM MAIS ENGRAÇADO DO MUNDO”


Calvino Rocha
“O homem mais engraçado do mundo”, este foi o título que Robin Willians recebeu de uma revista de entretenimento Norte Americana a “Entertainment Weekly”, no final dos anos 90. Só havia um problema, o homem mais engraçado do mundo lutava desde os anos 70 contra o álcool e o uso de cocaína.

Na segunda-feira, 11 de agosto, o ator Robin Willians, 63 anos, foi encontrado morto em sua casa na Califórnia e, segundo perícia, ele cometeu suicídio. Robin Willians era um grande comediante, um ator exuberante. Ele fez alguns filmes memoráveis como “Bom dia, Vietnã”, “Patch Adams”, “Sociedade dos poetas mortos”, “Uma babá quase perfeita”, “Gênio indomável”... Willians era um ator muito versátil, ele fazia rir, emocionava e era um sujeito bem-humorado, mas carregava um vazio enorme no coração. Tinha fama, sucesso, dinheiro, mas não tinha paz, “O homem mais engraçado do mundo” não era feliz, continuava lutando contra o alcoolismo e as drogas e sofria de depressão.

Ser feliz, engraçado, exuberante. Todo mundo gostaria de ter uma vida assim, no entanto, a verdadeira felicidade não é fruto de uma vida bem-humorada, de riso frouxo ou coisa do tipo. Já ouvi a história de muitos palhaços que fazem o público rir, mas que são infelizes na vida privada.

Ironicamente, nos últimos tempos tenho ouvido dizer que crente não pode ser feliz. Que os nossos cultos não podem ser marcados pela alegria. J. I. Packer chama de “segredo de família” a alegria que a eleição traz aos crentes. Eles têm uma segurança jubilosa que é incompreensível para o mundo. Para os verdadeiros crentes, disse John Piper, a eleição não é “uma doutrina a ser discutida, e sim uma doutrina em que devemos nos regozijar. Ela não foi planejada para disputas, e sim para missões. Seu objetivo não é causar divisão entre as pessoas (embora o faça), e sim torná-las compassivas, amáveis, humildes, mansas, perdoadoras” e enchê-las de gozo (Ef 1.3-14). (Joel Beeke, Vivendo para a glória de Deus, p.89).

Até consigo entender que palhaços sem Jesus sejam tristes. Até consigo entender que grandes comediantes sem Jesus sejam pessoas frustradas, mas não consigo entender como aqueles que se dizem eleitos podem ser destituídos de alegria, de regozijo e celebração. Creio que aqueles que foram alcançados pela graça salvadora devem ser conhecidos pela alegria exuberante do apóstolo Paulo que, a despeito das cadeias, disse aos crentes de Filipos: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4). Aquele que foi alcançado pela graça pode não ser “O homem mais engraçado do mundo”, mas, certamente, será o homem mais feliz do mundo.


Pr. Calvino Rocha

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