Morre Isaías do Acordeon. Chora a sanfona, chora o povo de Deus. Os céus se alegram!





José Isaías do Nascimento, nosso querido Isaías do Acordeon estaria completando 66 anos exatamente na quarta-feira, dia 21 de novembro. Casado com Josefa Bezerra do Nascimento (irmã Beatriz), tiveram 12 filhos, destes apenas 8 sobreviveram e deles 13 netos.
Nasceu e viveu quase toda sua vida no bairro Centenário de nossa cidade. Ainda adolescente gostava de acompanhar os forrozeiros da região. Ora pegava o triângulo, ora a zabumba, e nos pé de serra por aí á fora saia a tocar. Entre os muitos bons forrozeiros da região, foi num desses forró que conheceu pessoalmente Luís Gonzaga, assim “de pertim”, não chegaram a tocar juntos, mas conversaram e ele guardou bem isso na lembrança.
Chegou a concluir o primeiro grau e logo começou a trabalhar como carregador em transportadoras, como Itapemirim, Campinense e Lacerda. Ao casar com a irmã Beatriz viu a necessidade de aumentar a renda familiar, mas a ideia das comidas típicas foi dela, ele saia com o carrinho de mão oferecendo e os filhos ajudavam em casa a mãe a preparar os deliciosos pratos.
Aprendendo a tocar sanfona foi também ganhando uns trocados. Enquanto isso a irmã Beatriz colocava nas mãos de Deus a vida dele e de seus filhos em intercessão. Ai não deu outra, os filhos, um a um foram se entregando para Jesus e Isaías entre eles também não resistiu.
 
Sentia-se explorado no trabalho das transportadoras e resolveu dedicar-se mais as pamonhas e ao ministério do louvor com seus filhos no Trio louvor Nordestino e da Palavra. Era difícil resistir o milho assado e cozinhado, mungunzá, ...
Quando perguntavam qual a maior alegria de sua vida? Ele dizia que foi se converter a Cristo e estar nos estúdios gravando. Gravou 3 vezes, sendo um k-7 e dois CDs: “Não troco meu Jesus por nada” e “Não tem futuro não”. Foi ordenado Presbítero e dividia seu tempo durante entre o trabalho secular e à noite e finais de semana testemunhando e cantando do amor de Jesus. Aí foram surgindo os convites para aquele que “não via tempo ruim”, era só alegria. E Isaías já não cabia na Capital do Forró, foram muitos os convites para sítios, vilarejos, comunidades, cidades vizinhas, outros estados, como Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.
Permanecia tocando nos lares, nas praças, em congregações, ao mesmo tempo em que se apresentava e em grandes eventos como quando cantou no mesmo show de Marcos Antônio no Forrozão, Cantinho da Paz e diversos PROGRAMAS DE RÁDIO E eventos com o comunicador Jaelcio Tenório.
Em Curitiba tocou junto com César do Acordeon, músico de Dominguinhos, famoso no sul e sudeste.
Em muitos lugares tocou ao lado de cantores de renome, como Mara maravilha em São Paulo.
Só faltou ganhar o mundo, mas na verdade o ganhou para Jesus.









Esteve recentemente em estúdio gravando uma participação no primeiro CD de seu filho, Emanuel, que vai continuar a missão do pai.
 
Há exatos 12 anos, a edição de novembro de 2000 da Revista de circulação nacional Eclésia, fez uma edição de aniversário especial, e lá estava ele, numa matéria denominada “O cabra de Cristo” – Evangelismo Arretado.
A revista era na época o principal veículo de comunicação evangélico do Brasil. Na reportagem Isaías é perguntado por que escolhera esse ritmo, diz - “O forró corre nas veias de quem vive aqui, Jesus mudou minha vida e eu não posso tocar outra coisa”.

Lembra que no início sofreu certa rejeição por ser um dos pioneiros e que quase ninguém o chamava para tocar. “Davi não louvava com harpas e saltérios? Eu louvo com a sanfona, o triângulo e a zabumba”, e complementa: “o povo vai chegando e se identificando com o ritmo e é ai que Deus age”.




Toda quinta-feira tinha culto em sua casa. 46 anos de casado, cerca de 40 anos como músico. Sofria há 8 anos com a enfermidade chegando a ter as duas pernas amputadas mas não deixou de louvar, tinha agendado uma apresentação na Congregacional Rendeiras no domingo.
Na sexta à noite, chegava de mais uma sessão complicada de Hemodiálise. Começou a sentir-se mau.
A família buscou socorrer, teria desfalecido ainda no caminho e chegando na UPA a equipe médica conseguiu reanimá-lo mas não resistiu devido as diversas fragilidades em que seu corpo já estava.
Mas por volta das 21 horas e 30 minutos daquele 11 de novembro, ele dormira no Senhor. A causa um acidente vascular cerebral (AVC).


 
 

No sábado, a despedida foi na Igreja Metodista Wesleyana, bairro do Centenário. A cerimônia dirigida pelo atual pastor Eliaquim Oliveira. A igreja não conteve nem o público que se espalhou pela rua nem o choro dos irmãos.

Diversas lideranças eclesiásticas, músicos e artistas estiveram presentes. Registramos entre eles marcos Galindo (CASEVABE) e os pastores Ozéias Bispo (Betesda), Patrício (Congregacional), Nicácio Moura e Livrinha (IEC Vale da Bênção) e Murilo (Metodista). Cantores Erasmo Miguel, Toinho das Alagoas, Marquinhos do Vale, Wadelson Marques e Joseano Silva. O diácono licenciado Nelson Lima e os comunicadores Jaelcio Tenório e Sivaldo Oliveira.
 
Enquanto o corpo permanecia na igreja, ao seu lado foi colocado os instrumentos do Trio Louvor Nordestino, a sanfona, zabumba e o triangulo. Ouvíamos uma gravação com as canções de Isaías.

O sepultamento aconteceu às 16 horas no cemitério São Roque, e até mesmo na chegada do féretro no cemitério a multidão que acompanhava cantava hinos que ficarão na lembrança de todos que o conhecia, inclusive um berrante foi tocado mantendo o clima contextualizado com o estilo de homem de Deus que o irmão Isaías levava sem deixar de valorizar a cultura nordestina.
 

Já era à tardinha.

Chorou a sanfona.

Chorou o povo de Deus.

Os céus se alegravam,

Isaías já dorme no colo do Pai.





 
DEPOIMENTOS & HOMENAGENS
 
No programa Louvor Nordestino de ontem, Erasmo Miguel fez várias menções ao músico e tocou diversas canções. Miguel foi o primeiro a publicar no face: "Morreu nessa sexta 16-11 o nosso irmão Isaias do acordeon, e como ele dizia! Eu não troco meu Jesus por nada! Ele está com Jesus agora! "
Nelson Lima, produtor cultural e diácono licenciado da IAC Família Viva, postou:
“Servo valoroso... o que 'Não trocava Jesus por nada'... Jesus esteve sempre com ele aqui, ele agora vai estar sempre com Jesus lá... onde todos estaremos também...saudades...obrigado Miguel pelo aviso...
Em 2002, passei 5 meses em São Bernardo do Campo, e no meu trabalho teatral por lá, eu sempre abria com um fundo musical do irmão Isaías...
Como se sabe, o forró vem do inglês "Fo Hal" quer que dizer !"para todos", mas nem todos por aqui aceitavam ...agora ele toca "para todos" lá..."

"Grande perda, Deus abençõe a família nesste momento de dor."
Samuel Vieira - Músico ministro na Comunidade Shekná.



"Meu carinho por ele continua com os seus familiares".
Lucivânio Selva

"Mais que um amigo, um homem que sempre transmitia alegria em todos os momentos, Deus conforte sua família...Perdemos um mestre em evangelizar!!"
Divanilson Galindo

"Na noite de 16/11/2012 perdemos um GRANDE musico, HOMEM DE CARÁTER, SERVO DE DEUS, e um exemplo pra nós como pessoa.
Faleceu o cantor: Isaías do Acordeon pai do nosso amigo
Emanuel Do Acordeon.
Venho aqui pedir pra TODOS que estejam orando por toda a família, para q o Senhor conforte o coração dos mesmos. Meus sentimentos a toda família!"

Helon Lopes

"Falar de Isaías do Acordeon é falar de um ícone da música caruaruense. Admirado não só pelo publico evangélico mas por toda sociedade, pois ele é, e sempre será um exemplo de humildade e coragem, coragem de enfrentar as dificuldades, o preconceito que esse rítimo chamado forró tem sofrido perante as igrejas, pra nós vai deixar alem de saudades o orgulho de tê-lo conhecido pessoalmente, a terra perde, mas os céus estão ganhando um grande homem, vai em paz nosso amigo.
BRASAS NO ALTAR

"Saudades!
Irmão Isaías, exemplo de fé! Ele não possuía as duas pernas, mas vejam como ele louvava ao Senhor!
Agora meu amigo está nos céus, tocando para os anjinhos dançarem um forrozinho."

Jaelcio Tenório 

"Nosso grande amigo, pessoa mais alegre que já conheci."
Alexane Tenório


“Não sabia, lamento muito pelo falecimento dele. Foi um homem que conseguiu associar os valores do Evangelho com a nossa cultura local. Nossos sentimentos.”

Marcos e Rosélia Quaresma - Missionários Sepal Nordeste

 
“Nunca senti uma dor igual a essa. Te amo pai você foi e ainda é minha inspiração.” Jessica Tamires – neta/filha

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