O fascínio das torres

A primeira torre de que se tem notícia é a Torre de Babel, construída com tijolos bem queimados colados um ao outro com betume, muitos anos depois do dilúvio, numa planície do território de Sinar, onde hoje fica o Iraque. A iniciativa foi da comunidade que habitava aquela região e tinha o objetivo de tornar célebre o seu nome. Seria também um ponto de referência visível a todos, para que ninguém se afastasse demasiadamente daquele sítio (Gn 11.1-9). A Torre de Babel revelava uma atitude unânime de autonomia e de rebelião contra Deus, cuja vontade era que o povo se espalhasse pela terra. É possível que a torre tivesse a altura de um prédio de 22 andares (90 metros), o que seria algo fantástico naquela época.


Torre de Pisa

Muitos anos antes de Abraão, os egípcios começaram a construir torres em forma de pirâmides, nas quais enterravam os seus faraós. A mais notável é a Grande Pirâmide, que consumiu dois milhões de blocos de pedra de 2,3 toneladas em média e contou com o trabalho de 400 mil homens durante 20 anos, entre 2600 e 2500 a.C. Essa pirâmide tinha originalmente a altura de 147 metros e sua base assenta-se sobre uma área de 5 hectares.

A Torre de Pisa, na Itália, com a altura de 55 metros, gastou 199 anos para ser construída (1173 a 1372). Embora inclinada, é a mais antiga torre ainda de pé, salvo as pirâmides do Egito.
Construída em Paris  em 1889, a Torre Eiffel, de 300 metros de altura, consumiu 6.700 toneladas de ferro e aço. Durante algum tempo, foi a torre mais alta do planeta.


Torre Eiffel

No final do século 19 e início do século 20, os americanos inventaram os edifícios de muitos pavimentos, aos quais deram o provocativo nome de arranha-céus (sky-scrapper), que faz lembrar a intenção dos construtores da Torre de Babel: “Edifiquemos para nós uma torre cujo topo chegue até aos céus” (Gn 11.4). Em 1931, na ilha da Manhattan, em Nova York, foram construídos o Rockfeller Center e o Empire State Building, este 81 metros mais alto que a Torre Eiffel.


World Trade Center

A partir da segunda metade do século 20, começou uma corrida mundial na construção de torres, cada uma maior que a outra. Em ordem crescente de altura, citam-se as duas torres do World Trade Center (417 metros), também em Manhattan, Nova York; as Torres Petronas (450 metros), em Kuala Lumpur, na Malásia; a Torre da Sears (527 metros), em Chicago, nos Estados Unidos; a Torre de Ostankino (540 metros), em Moscou, na Rússia; e a Torre CN (550 metros), em Toronto, no Canadá.


Nos próximos 15 anos, deverá ser erguida em Xangai, na China, uma torre que terá mais de um quilômetro de altura (1.127 metros), quase três vezes a altura do Empire State Building. Dará moradia a 100 mil pessoas e abrigará ainda hotéis, cinemas, escolas, parques e restaurantes. É a Torre Biônica.
 Torre Biônica

Essa teimosa e estranha atração humana por altura tem relação com a altivez de espírito. A idéia é fazer algo grandioso que chegue até o céu e que torne célebre o nome de alguém ou de algum povo, como denuncia o livro de Gênesis ao se referir à Torre de Babel (Gn 11.4). A resposta de Deus a essa tentação é sempre a mesma: “Terá de se humilhar o olhar soberbo do ser humano, o espírito arrogante do homem vai se rebaixar. Naquele dia só o Senhor será exaltado. Pois é o dia do Senhor, o Senhor dos exércitos, contra soberbos e orgulhosos, contra todo arrogante, que será humilhado, contra os tais “Cedros do Líbano” altaneiros e aprumados, contra os “Carvalhos de Basã”, contra toda “Montanha altaneira” ou “Serra elevada”, contra as “Torres altíssimas” ou “Fortalezas invencíveis”, contra a frota mercante e os artigos de luxo. A arrogância humana terá de se ajoelhar, a altivez do homem vai se rebaixar. Naquele dia só o Senhor será exaltado.” (Is 2.11-17, CNBB.)

Parece que foi isso que aconteceu em Nova York e no mundo em apenas 15 minutos (entre 8h48 e 9h03) no dia 11 de setembro de 2001.

Imprevisibilidade

Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: ‘Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo’. Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau. Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz. (Tg 4.13-17, NTLH.)


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