Cristianismo ou Existencialismo

Kirkegard, considerado o pai desta filosofia de vida, deposita no homem o rumo da historia, o único responsável por suas escolhas. Não existem regras pré-estabelecidas e podemos fazer o que produz gosto bom.
Esta declaração, por si só, denuncia que existencialismo e cristianismo têm pouco em comum.
Um escolhe a vontade de Deus revelada na Bíblia, o outro é dirigido pelo impulso.
No existencialismo não existem diretrizes ou regras a serem aplicadas universalmente. Regras são adaptáveis. Até mesmo a ciência, a confiança e a verdade, desde que a decisão seja um “salto de fé".
Segundo Kirkegard o Salto dado por Adão provocou a mudança de um estilo de vida para outro, principalmente o estado onde não possuía pecado para o estado qualitativo onde passa a ser pecador. A definição para o pecado não é das mais rigorosas.
A experiência pessoal passou a ser o alicerce em cima do qual decidimos o que é bom ou ruim para nós. Se ontem ao sair com um gay me senti mal, foi pecado, mas se hoje eu gostei, então foi bom.
A hermenêutica existencialista interpreta a Bíblia com base na experiência. Ontem, ao ler este texto me senti bem, mas hoje, o mesmo texto me deixou apreensivo. Ontem ele foi Palavra de Deus e hoje não.
Para o existencialista a Bíblia não é a Palavra de Deus, ela contem esta Palavra e cada um decide sobre isto.
O movimento pentecostal foi construído em cima do experimentalismo existencialista. Se eu senti uma coisa boa durante o culto, Deus estava presente, mas se me senti atormentado, era o diabo. Se arrepiar, a unção esta forte, mas se não arrepiar, esta fraca.
Kierkegaard sustenta que a transição de uma qualidade para outra pode acontecer apenas por este “salto” (Thomte 232). Ele não olha para a decisão de Adão merecedora de crítica, mas um salto, uma transição, visto que Adão era um homem livre e não era regido por princípios e leis.
Segundo a maioria dos existencialistas, inclusive os cristãos, o ser humano está livre para tomar qualquer tipo de decisão. Pode ser macho, gay, trans, beber, cheirar, sem que isto seja considerado necessariamente um pecado.
A circunstância que forca uma tomada de decisão e o bem ou mal estar provocado determina se é pecado ou não. Uma decisão tomada ontem, e tida como pecado, repetida hoje, em outro ambiente e em outra circunstância pode não ser pecado. Cada um é seu próprio legislador.
Ubirajara Crespo
Guia-me

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