Som do Céu: a excelência musical

Entrevista - Marcelo Gualberto
Esta entrevista foi no Evento que celebrou 25º aniversário e reúniu os melhores da música cristã contemporânea. Este ano o Som do Céu completa 27 anos!

Quem já ouviu falar da Mocidade para Cristo do Brasil e do Geração 90... e tantos outros eventos que reuniram a moçada por anos a fio, certamente já ouviu falar também de Marcelo Gualberto, que ocupa a direção-executiva nacional da organização que ganhou sua “cara” e seu jeito de ser.
A MPC, que inspirou lideranças e juventude nas últimas decadas, é promotora também do Som do Céu, um evento que, como o próprio nome diz, reúne expoentes da música cristã contemporânea, gente de primeiríssima linha vinda de todo o País. O evento que completou 25 anos em 2009, acontece no município de Macacos, pertinho de Belo Horizonte (MG).
E como o Portal Cristianismo Criativo entrevistou o Marcelo que, numa entrevista, exclusiva contou um pouco mais das origens do evento, seus bastidores e a reformulação do ArteCéu.
Presentia incuirá também a partir de agora textos de Marcelo Gualberto para nossos blogueiros internautas.

Marcelo, você poderia contar como surgiu a idéia do primeiro Som do Céu?
A MPC já realizava o AcamPáscoa – um acampamento para jovens realizado durante a semana chamada santa. Estava deitado, certa noite, quando me veio o nome Som do Céu na cabeça. Fiquei imaginando como seria ampliar o que já existia, dando ao acampamento um enfoque musical. E tudo começou aí...

Você poderia citar alguns artistas que estavam presentes no primeiro evento e que estarão com vocês neste ano(2009)?
No primeiro Som do Céu estavam grupos como: Logos, Servos, Vozes da Promessa, Rebanhão... Nessa 25º edição, estarão novamente o Logos e o Paulinho Marotta, ex-Rebanhão.

O que mudou de lá para hoje?
Mudou muita coisa! Desde o segundo ano, a lona de circo foi introduzida e virou marca registrada do evento [Nota do redator: Marcelo conta em seu blog que "falar do Som do Céu sem circo é o mesmo que falar de goiabada sem queijo, futebol sem torcida, cinema sem pipoca, praia sem sol ou jardim sem flor"].
Nos dois primeiros anos, o evento tinha uma participação mais ativa de pessoas vindas de Belo Horizonte. Hoje, são pessoas de todo o Brasil, de norte a sul, que assiduamente comparecem ao Som do Céu. Isso sem falar na quantidade de gente! Temos uma participação média de 500 pessoas de todo canto e de todas as idades. Isso é muito bacana!

A seu ver, como um evento como este contribui com a igreja cristã atual?
Acredito que o Som do Céu contribui muito ao apresentar novas bandas que não estão na mídia e, talvez, se não fosse pelo palco do Som do Céu, nunca conseguiriam mostrar efetivamente seu trabalho. O evento também colabora ao primar por músicas cujas letras sejam teologicamente corretas, de boa qualidade, bem construídas, bem tocadas e bem feitas.

Qual o papel das artes na igreja? É uma mera questão litúrgica ou ela pode desempenhar outros papéis?
Certamente a arte abraça diferentes áreas da vida de um cristão e da igreja. Quem dialoga com as diferentes manifestações artísticas sabe lidar melhor com os mistérios divinos, com a beleza, e desenvolve uma relação muito especial com Deus por meio da contemplação, meditação e da abstração.
O Som do Céu tem buscado incentivar as pessoas nesse sentido. Para promover o contato com outras artes, o evento - que já contou com exposições fotográficas e grupos de dança - traz, nessa 25º edição, o ArteCéu – uma reformulação de um antigo evento artístico da MPC, que agora terá um espaço fixo durante o Som do Céu e trará exposições de artistas plásticos, mostras de dança, poesia, além de debates sobre arte e cultura.
 
Você acredita que a Igreja atual está preparada para atuar com a juventude? Quais os acertos? O que poderia ser melhorado? E o que falta?
A igreja precisa se aprimorar muito para lidar com os jovens. Um acerto é a abertura de muitas igrejas para essa mudança. O que precisa ser feito é evitar extremismos (muita coisa pode ser negociada) e focar mais no estudo da Bíblia. Os programas para jovens são muito mais os “louvorzões” do que estudos na Palavra de Deus.

Quais artistas (músicos, atores) da Igreja (e fora dela) você admira hoje em dia?
Essa é difícil (e fácil!) de responder. Admiro demais todos os músicos e artistas que participam do Som do Céu; cada um na sua, mas excelentes nas suas artes. Fora da igreja, gosto muito do trabalho de Ivan Lins, 14 Bis e Clube da Esquina (Milton, Borges, etc.)

O que falta na Igreja para termos um Cristianismo Criativo?
Acredito que o problema começa na formação dos líderes da igreja. Creio que, se os seminários tratassem de um Cristianismo mais criativo, a igreja sentiria esse resultado. Obviamente, este seria um primeiro passo!

Como pessoas simples como você e eu podemos contribuir nesta "causa"? O que você diria às pessoas?
A gente colabora quando é criterioso no nosso consumo artístico e musical. Se cada um agisse assim, certamente a “onda” seria maior e quem sabe a história não mudaria?
Meu recado é que a gente tenha mais critério e cuidado com o que se ouve e se vê; que divulguemos a boa música e bons artistas; que estejamos atentos ao que é produzido dentro e fora da igreja.

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