Carta de quem não era para estar VIVO!

Para você que leu o título deve ter se assustado um pouco. Na verdade o que vem a seguir é uma história verídica, é a minha história. Quando eu era criança, minha irmã mais velha escreveu uma carta, que li assim que aprendi a ler. Me lembro um pouco de como ela era, e escreverei aqui tentando reconstruí-la, e contando em fatos minha história. Não se assuste com o que lerá.

“Olá,
Me chamo Dérick Pacheco Caitano, nasci em vinte um de julho de mil novecentos e noventa e quatro. Vivi quarenta dias de minha vida, fora os nove meses que fique na barriga de minha mãe, no bairro Saco dos Limões em Florianópolis. Que me olha não imagina minha história, não imagina aquilo passei. No começo, nem idealizado na mente de meus pais eu estava, mais Deus já tinha um plano para minha vida. De um acaso, meu pai engrávidou minha mãe, que já havia tido uma série de AVC´s (Acidente Vascular Cerebral). Sem muitas condições de me criar, minha mãe foi obrigada a fazer o impossível para suportar os nove meses de gestação. Ela já havia tido três filhos anteriormente. Dois conheço até hoje e os amo, um deles nunca vi, e nunca conversei, por que antes que esta oportunidade fosse dada a mim, ele foi entregue a um casal, segundo relatos, de médicos, que os levaram para longe, de modo que não conhecesse sua família biológica. Na data prevista, eu nasci. Lá estava eu com oitocentas gramas, parecia um ratinho, mal cabia no braço, se cabia nele. Quem me olhava logo dizia, isso não pode ser uma criança, só pode ser um cachorro, um animal, não vai sobreviver. Uma de minhas tias, junto com meu tio, meus atuais pais, não esperaram muito, olharam, pararam, e viram que minha mãe biológica não teria como me criar, e me sustentar. Meu pai Biológico, chegava bêbado em casa, lá não era um ambiente saudável. Quarenta dias de minha vida se passaram, e meus tios juntamente com uma viatura policial me buscaram e tomaram parte na minha adoção.  Os tempos passaram, meu pai biológico ainda incomodou por algum tempo. Minha mãe biológica que eu possui como uma amiga eterna, não mais que isso, afinal desde quarenta dias vivia com meus tios os quais tenho como pais. Voltando ao assunto, minha mãe biológica sempre me visitava, sempre me trazia presentes em datas comemorativas. Um tempo se passou e ela teve mais um AVC, desta vez, um que a deixou sem movimento algum, e a colocou em uma cama. Minha tia pegou-a para criá-la e cuidar dela, quando todos a negavam. Mais um tempo se passou, quando eu e minha irmã recebemos a notícia. Nossa mãe biológica havia falecido. Não me abati como muitos esperavam, afinal como disse não a tinha como mãe. Ora não sou frio, é lógico que fiquei triste,por que também a amava. O que mais abalou foi ver minha irmã naquele estado de choque. Ela que já morava comigo, saiu de casa, e voltou a morar com meu outro irmão, num bairro de Florianópolis. Desde criança fui ensinado nos passos do senhor, e sempre procurei evangelizar. Hoje minha vida é ótima, ai se eu reclamar, nem posso. Veja: Conheço Jesus, tenho uma família abençoada por Deus, que segue seus princípios, tenho amigos, tenho irmãos na fé que me amam, tenho comida na mesa todos os dias, tenho aquilo que me faz feliz. O que posso pedir mais? A unica coisa que ainda me resta, é pedir e dizer a Deus: Eis-me aqui senhor, Usa-me! A mensagem que deixo é que você é capaz. Acredite que é. Se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Sou sincero, enquanto escrevia este artigos, lágrimas escorriam sobre minha face, entretanto acredito que meu testemunho de vida, ainda que breve ajudará a muitos. Deixo uma frase que marca e que ainda uso: EU SOU UM MILAGRE!

Fiquem na paz do senhor, e estejam na vontade dele!

Deus abençoe!


Comentários